Olá pessoal! Aqui é o professor Rubens Maurício. Sou Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil, professor de Direito Previdenciário e coach do Estratégia Concursos.
Você que acabou de estudar para o MPU deve estar se perguntando:
“Se eu não passar no MPU, o que vou fazer? Qual caminho devo seguir? Vale a pena estudar para o INSS?“
Caso você esteja com tais dúvidas, fique tranquilo… Você não está sozinho! São milhares de pessoas com as mesmas dúvidas e incertezas que você. O melhor a fazer agora é um balanço de tudo o que você já estudou, bem como consolidar e aprofundar este conhecimento. Não podemos deixar escapar da sua memória o conteúdo que você adquiriu nesta reta final do MPU. Também temos que aproveitar este momento em que seu corpo e sua mente já estão adaptados a uma rotina de estudos para prosseguirmos firmes em busca da sua aprovação.
Neste artigo buscarei ajudá-los nesta organização do pós-MPU e como aproveitar todo seu estudo e conhecimento adquiridos.
Assim sendo, trouxemos para vocês, neste artigo, as vantagens e desvantagens de iniciar um estudo focado no concurso do INSS, após ter passado a prova do MPU.
Vamos comparar e apresentar alguns pontos em comum entre o MPU e o INSS, conforme segue:
- Banca organizadora;
- Matérias em comum;
- Remuneração;
- Previsão e expectativa de vagas para o próximo concurso do INSS;
- Conclusão.
1. Banca Organizadora:
O concurso do MPU, cuja prova ocorreu no dia 21/10/2018, teve como banca organizadora o CESPE. Da mesma forma, no último concurso do INSS, também tivemos o CESPE como banca organizadora. Assim sendo, se mantida a mesma banca para o próximo concurso do INSS, você poderá aproveitar todo seu conhecimento sobre o formato das questões CESPE, tipo de prova, tipo de abordagem, técnicas de chute, além das diversas disciplinas cujo conteúdo já está estudado e consolidado.
No entanto, percebemos que a maioria dos candidatos, neste concurso do MPU, tiveram pouco tempo de preparação, não conseguindo completar o edital em alta performance, além de deixar de revisar o conteúdo de forma completa e efetiva, por falta de tempo.
Contudo, caso decidam estudar para o INSS, haverá, certamente, um tempo maior de preparação, além da oportunidade de aproveitar a experiência e o conhecimento adquiridos durante o período de estudo para o MPU. Neste caso, será necessário apenas estudar as matérias que faltam, aprofundar o conteúdo das matérias já estudadas, aparar as arestas, revisar, resolver exercícios e fazer a leitura da lei seca. Ou seja, já teremos boa parte do caminho trilhado.
Caso você não tenha conseguido cumprir todo o seu planejamento estratégico de preparação para a prova do MPU por falta de tempo, provavelmente conseguirá fazê-lo, em alta performance, para a prova do INSS. Mas, para isso, você deve montar, o quanto antes, seu plano de estudos (link para dicas sobre o plano de estudos no final deste artigo).
2. Matérias em comum:
Vamos analisar, abaixo, quais são as disciplinas e alguns dos assuntos estudados para o MPU que poderão ser aproveitados no INSS:
Língua Portuguesa:
- Compreensão e interpretação de textos de gêneros variados.
- Reconhecimento de tipos e gêneros textuais.
- Domínio da ortografia oficial.
- Emprego das classes de palavras.
- Emprego dos sinais de pontuação.
- Concordância verbal e nominal.
- Regência verbal e nominal.
- Significação das palavras.
Direito Administrativo:
- Estado, governo e administração pública: conceitos, elementos, poderes, natureza, fins e princípios.
- Direito administrativo: conceito, fontes e princípios.
- Ato administrativo.
- Conceito, requisitos, atributos, classificação e espécies.
- Invalidação, anulação e revogação.
- Lei nº 8.112/1990 e suas alterações
- Poderes da administração: vinculado, discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia;
- Serviços públicos: conceito, classificação, regulamentação, formas e competência de prestação.
- Organização administrativa.
- Administração direta e indireta, centralizada e descentralizada.
- Controle e responsabilização da administração.
- Controle administrativo.
- Controle judicial.
- Controle legislativo.
- Responsabilidade civil do Estado.
- Agentes públicos.
- Espécies e classificação.
- Cargo, emprego e função públicos.
- Uso e abuso do poder.
Direito Constitucional:
- Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.
- Princípios fundamentais.
- Direitos e garantias fundamentais.
- Direitos e deveres individuais e coletivos;
- Direitos sociais;
- Direitos de nacionalidade;
- Administração Pública.
- Disposições gerais;
- Servidores públicos.
Ética no Serviço Público:
- Decreto nº 1.171/1994 (Código de Ética Profissional do Serviço Público).
- Lei nº 8.112/1990: regime disciplinar (deveres e proibições, acumulação, responsabilidades, penalidades).
Vejamos agora quais são os prováveis assuntos que serão cobrados no próximo concurso do INSS e que já foram estudados no MPU:
Acessibilidade:
- Lei nº 13.146/2015 e suas alterações (Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência – Estatuto da Pessoa com Deficiência).
Promoção da Igualdade Racial:
- Conceito de racismo institucional.
- Lei nº 12.288/2010 (Estatuto da Igualdade Racial).
- Decreto nº 6.040/2007.
- Decreto nº 4.887/2003.
- Lei nº 10.639/2003.
- Lei nº 12.990/2014
- Resolução CNMP nº 170/2017.
- Recomendação CNMP nº 40/2016.
- Resolução 2106 da Assembleia Geral das Nações Unidas (Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial).
Lei de Improbidade Administrativa:
- Lei nº 8.429/1992 e suas alterações: das disposições gerais, dos atos de improbidade administrativa.
No entanto, temos algumas disciplinas que foram cobradas no último concurso do INSS e que, caso sejam mantidas, deverão ser estudadas integralmente, pois não foram cobradas no MPU, conforme segue:
- Raciocínio Lógico;
- Noções de Informática; e
- Direito Previdenciário.
3. Remuneração na Classe Inicial (MPU x INSS)
Técnico do MPU (nível médio): R$ 6.862,72
Jornada de Trabalho: 40 horas semanais.
Técnico do Seguro Social – INSS (nível médio): R$ 5.447,79
Jornada de Trabalho: 30 horas semanais nas agências qualificáveis para 2 turnos de atendimento.
Jornada de Trabalho: 40 horas semanais nas agências não qualificáveis para 2 turnos de atendimento.
Analista do MPU (nível superior): R$ 11.259, 81
Jornada de Trabalho: 40 horas semanais.
Analista do Seguro Social – INSS (nível superior): R$ 8.357,07
Jornada de Trabalho: 30 horas semanais nas agências qualificáveis para 2 turnos de atendimento.
Jornada de Trabalho: 40 horas semanais nas agências não qualificáveis para 2 turnos de atendimento.
Composição da Remuneração de Técnico e Analista do INSS
Carga horária para Técnico e Analista do INSS
4. Previsão e expectativa de vagas para o próximo concurso do INSS:
Provavelmente não estamos distantes da autorização do próximo concurso do INSS. São vários os indícios que nos levam a crer que este concurso irá acorrer já em 2019, conforme informações e notícias abaixo:
- No dia 09/07/2018 foi publicado o EDITAL N° 7 /PRES/INSS, DE 9 DE JULHO DE 2018, que trata da manifestação de interesse em remoção para servidores ocupantes dos cargos de nível intermediário e do cargo de analista do seguro social de qualquer formação, conhecido como Processo Seletivo de Remoção Interna.
- O INSS já divulgou internamente o resultado final de seu Processo Seletivo de Remoção Interna. Tal procedimento frequentemente precede a abertura de concurso externo.
- No dia 25/09/2018 houve uma reunião entre os representantes da FENASPS (Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) e o presidente do INSS (Edson Garcia) para cobrar novidades acerca do novo concurso do INSS.
- Na ocasião, o presidente do INSS afirmou que a realização de um novo concurso está na pauta da presidência.
- A Defensoria Pública da União entrou com ação civil pública, na Justiça Federal, contra o INSS, em virtude da demora na análise e resposta em relação aos pedidos de benefícios, causada pelo déficit de servidores.
- Para resolver esta falha no atendimento, estão exigindo, em caráter de urgência, a abertura de novo concurso público para o INSS.
- O Tribunal de Contas da União já “recomendou” ao governo a abertura de concurso público para suprir o grande déficit de pessoal no INSS, bem como suprir as aposentadorias previstas.
- O orçamento da União para 2019 alocou R$ 411milhões para a realização de concursos federais, dentre os quais encontra-se o concurso do INSS.
- Em ofício divulgado em 23/08/2018, o Ministério do Planejamento deu um parecer sobre os trâmites necessários para a autorização do novo concurso do INSS, diante do pedido de 7.888 vagas + 2.580 para repor os excedentes não convocados.
- O Ministério do Planejamento reconhece a grave situação do INSS, diante da necessidade atual e futura da instituição, considerando-se as aposentadorias previstas, e cita os seguintes critérios para considerar a autorização:
- Necessidade do órgão demandante, confrontando-a com a de outros;
- Previsão orçamentária e financeira da administração;
- Conveniência e oportunidade do atendimento da demanda.
- Sem concurso, INSS tem atrasado a concessão de salário-maternidade para mais de 170 mil beneficiárias. Segundo elas, o prazo inicial informado pelo INSS deveria variar entre 30 e 45 dias. Mas muitos meses se passam sem a liberação do benefício, tornando a fila cada vez maior.
- Só no Distrito Federal são 4.742 beneficiárias aguardando.
- Também por causa da falta de pessoal, mais de 32 mil segurados no Rio de Janeiro aguardam a análise da aposentadoria.
- Dentre outros fatores, a principal razão da carência de pessoal no INSS é consequência do aumento de aposentadorias e falta de reposição de pessoal. Pelo menos 314 das 1.613 das agências em funcionamento no país têm entre 50% e 100% do quadro de trabalhadores em condições de se aposentar, segundo levantamento do INSS apresentado ao Ministério do Planejamento no início de 2018.
- Em 2019, a probabilidade do INSS entrar em colapso se não houver concurso é enorme, em virtude de milhares de aposentadorias previstas para o próximo ano, ameaçando a paralisação dos serviços à população. Explico: a Lei nº 13.324/2016 garantiu aos servidores do INSS aptos a passar à condição de inativos o direito a incorporarem a Gratificação da Atividade do Serviço Social (GDASS). Tal incorporação deste benefício será gradativo, na seguinte proporção: 67% em 2017, 84% em 2018 e 100% em 2019. Antes dessa medida, ao deixarem a ativa, havia perda de 50% do GDASS.
- Muitos servidores estão apenas aguardando a incorporação total, que ocorrerá em 2019, para pedir aposentadoria.
- O INSS encaminhou ao Ministério do Planejamento pedido de concurso para 7.888 + 2.580 = 10.468 vagas, assim distribuídas:
- 3.984 para Técnico do INSS (nível médio);
- 1.692 para Analista do INSS (nível superior);
- 2.212 para Perito do INSS (Medicina)
- 2.580 para repor os excedentes não convocados.
- A validade do certame de 2015/2016 foi encerrada em 5 de agosto de 2018, sem a convocação dos excedentes.
- Segundo dados do INSS, dos 33.500 servidores, mais da metade já podem se aposentar a qualquer momento.
- Dos 20.633 técnicos do INSS, 10.635 já podem se aposentar.
- Dos 5.391 analistas do INSS, 921 já podem se aposentar.
- O déficit atual de servidores, informado pelo INSS, é de aproximadamente 16.500 profissionais.
- Diante do quadro apresentado, acreditamos que já em 2019 teremos o próximo concurso do INSS, que deverá vir com muitas vagas, considerando o enorme déficit de pessoal e a grande quantidade de aposentadorias previstas.
5. Conclusão:
Após analisarmos e compararmos o edital do MPU com o último edital do INSS, pudemos constatar que há muito em comum entre os dois concursos, conforme segue:
- Ambos foram organizados pelo CESPE;
- Possuem diversas disciplinas e respectivos conteúdos similares;
- Possuem um histórico de nomeação de grande quantidade de aprovados;
- Salários aproximados.
Além das semelhanças apresentadas, vejo algumas vantagens em iniciar o estudo para o INSS o quanto antes:
- Aproveitar o estudo e manter o conteúdo estudado para o MPU na memória;
- Aproveitar o ritmo de estudos adquirido nesta reta final para o MPU;
- Não perder a regularidade, o hábito e rotina de estudos;
- Antecipar os estudos, iniciando antes da autorização do concurso, para ter tempo de cobrir todo o edital e de usar as ferramentas de preparação em alta performance (estudos, revisões, simulados, lei seca, exercícios, etc.);
- Provável concurso em 2019;
- Carência de milhares de servidores, além de previsão de muitas aposentadorias para 2019, o que pode trazer um concurso com uma grande quantidade de vagas;
- Possibilidade de lotação em agências espalhadas por todo o país;
- Possibilidade de cumprir carga horária de 30h semanais, sem redução do salário.
Caso queiram dicas de como montar um plano de estudos para o concurso do INSS, acessem o artigo abaixo:
Caso queiram conhecer nosso material, acessem os pacotes completos para o INSS por meio dos links a seguir:
Caso tenham interesse em assistir à análise do último edital do INSS com dicas de preparação para o próximo concurso, acessem o link a seguir: Concurso INSS 2019 – Análise de Edital e Como Estudar
Um forte abraço,
Ver comentários
Professor Rubens, parabéns pelo artigo que, além de bem informativo, traz um plus motivacional, que é necessário sempre :)
Qual a sua opinião de continuarmos a estudar AFO para o INSS? Será que vão cobrar?
Olá Carlos. Tudo bem?
Muito obrigado por sua mensagem. :)
Sobre o estudo de AFO para o INSS, acredito que não será cobrado na próxima prova de Técnico do Seguro Social.
Historicamente, apenas foi cobrado AFO em 2005 em provas do INSS, para o cargo de Analista Previdenciário - Especialidade Contabilidade.
Abraços,
Rubens Maurício.
Bom dia!
O conteúdo abordado na sua aula é o mesmo do professor Ali? Ambos contemplam todo o edital?
Olá Victor. Tudo bem?
O conteúdo do meu material e do professor Ali são completos, atualizados e cobrem todo o conteúdo de Direito Previdenciário do edital do INSS, sendo apenas diferentes na didática utilizada. Assim sendo, veja qual material te agrada mais e estude por ele.
Abraços,
Rubens Maurício.
Vou fazer a prova da AGU que é bem similar a do MPU pra aproveitar principalmente conhecimento de administração e AFO para depois focar INSS. O que acha? Sendo que a prova da AGU é dia 9/12
Olá Uli. Tudo bem?
Acho que você deve focar na prova da AGU, pois ela está próxima e não vai atrapalhar sua preparação para o INSS.
Após a prova da AGU, você pega um fôlego e inicia seu estudo para o INSS.
Como você já estudou para MPU, o conteúdo programático do INSS será mais rápido e fácil de estudar.
Abraços,
Rubens Maurício.
Bom dia.
O cargo Analista, já que a formação é em qqr área, exige a credencial/registro de tal curso?? (tipo CRC, CRA, CRP) Exige que se tenha passado no Exame ?
Grata.
Olá Gisele. Tudo bem?
Dependendo do edital, o cargo de Analista poderá exigir formação específica em determinada área ou nível superior em qualquer área. Teremos que aguardar. Não é necessário ter passado no exame do conselho de classe, exceto se o edital fizer tal exigência.
Abraços,
Rubens Maurício
Muito interessante.
Tendo em vista uma reforma da previdência muito provável para o primeiro semestre de 2019 (já foi dito pela equipe do candidato que lidera), vale a pena começar a estudar previdenciário agora, sendo que muita coisa irá mudar?
Olá Murilo. Tudo bem?
Mesmo que seja aprovada uma reforma da previdência já no próximo ano, ela não irá representar proporcionalmente uma alteração tão relevante no conteúdo a ser estudado. Basicamente serão mantidos, pelo menos, as regras de filiação, inscrição, segurados, custeio, origem e evolução legislativa, manutenção da qualidade de segurado, LOAS, prescrição, decadência, acumulação, crimes contra a seguridade social, vigência, interpretação, integração, justificação, recursos, etc... As maiores mudanças propostas ocorrerão, principalmente, na parte de benefícios. Mesmo assim, serão ajustes pontuais que não irão alterar tanto o conteúdo do material.
No entanto, como o assunto é grande, acredito que não vale a pena correr o risco de estudar no próximo ano e não conseguir terminar o estudo da matéria mais importante em alta performance.
Abraços,
Rubens Maurício
Professor, o senhor esqueceu de dizer que ja existe o encaminhamento para o inss pagar bônus extra de eficiencia por processo analisado (60 reais ) + teletrabalho a partir de 2019
Olá Fábio. Tudo bem?
Em relação ao bônus de eficiência, de R$ 60,00 por processo analisado, existe uma minuta de Medida Provisória no Ministério do Planejamento e o Ministério do Desenvolvimento Social. No entanto, ficará para o próximo governo. Mas é muito difícil e improvável que seja aprovada. Sobre o teletrabalho, também está em estudo e será encaminhado a ideia para o próximo governo.
Abraços,
Rubens Maurício
Professor Rubens, é possível que haja vagas para técnico no DF? não tenho interesse em sair de Brasília.
Olá Bruno. Tudo bem?
É bem provável que haja vagas para Técnico do Seguro Social no DF, pois o deficit de servidores é enorme.
No entanto, só teremos certeza com a publicação do edital com as vagas e respectivas localidades.
Abraços,
Rubens Maurício.
Professor, como podemos saber as agência que funcionam em 2 turnos?
Olá Gustavo. Bom dia!
Provavelmente você consegue esta informação pelo Portal do INSS na internet ou pela Central de Atendimento 135.
Abraços,
Rubens Maurício.
Para o cargo de a analista a formação é em Direito?