“Ao longo dos meus estudos, sempre foquei em um só concurso. Acredito que por isso não me deparei com a sensação da reprovação, pois todos que foquei, passei. Desde o início mantive a postura de não atirar para todos os lados. No entanto, durante a minha preparação para o concurso de Auditor, fazia todas as provas da banca ESAF, ainda que eu tivesse certeza que não iria passar. Meu objetivo era saber se, naquele momento de prova, minha pontuação nas matérias que eu estava estudando ficaria na média dos aprovados.”
Veja como Jouyce conseguiu passar na Receita Federal
Recém aprovada no concurso para Auditor Fiscal da Receita Federal, Joyce Machado conseguiu ser aprovada/classificada (na maioria, entre os dez primeiros colocados) em todos os concursos que teve como foco, nos concursos que realmente desejava. Falando assim, parece que estou me referindo a alguém com um Q.I. acima da média ou a alguém que pôde ser dedicar exclusivamente aos estudos. Mas não.
Joyce sempre precisou conciliar os estudos com seu trabalho. E o segredo para uma caminhada marcada pelo sucesso? Paciência, dedicação, autoconhecimento e foco. Durante os 4 anos na vida de concurseira, Joyce não saiu “atirando” para todos os lados. Optava por um concurso, se debruçava sobre os estudos e só ia fazer a prova realmente preparada.
Isso não quer dizer que ela nunca passou pela experiência da reprovação, mas todas essas vieram em concursos que ela não tinha como foco, que tinha certeza que não passaria mas que a ajudaria a acumular bagagem e experiência em sua preparação. Além disso, assim como todo concurseiro ela também teve dificuldades, algumas que não conseguiu superar, mas que, com muita sabedoria, soube traçar estratégias para ameniza-las.
Confira o depoimento de Joyce Machado e conheça um pouco mais sobre a vida de concurseira dessa mineirinha.
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formada em que área? Trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos? Quantos e quais concursos já foi aprovada? Qual o último?
Joyce Machado: Eu me chamo Joyce, sou mineira e formada em Matemática pela PUC Minas. Trabalho desde 18 anos, por isso, nunca tive a oportunidade de somente estudar. Sempre conciliei trabalho e estudo. Após vários conselhos do meu noivo, resolvi estudar para concursos públicos. Eu brinco que meus estudos duraram de Copa a Copa, pois comecei a estudar na semana da Copa de 2010 e encerrei próximo à Copa de 2014.
Minha primeira preparação foi para o INSS, no qual passei em 9º lugar. Fui classificada, mas não nomeada, pois chamaram até o 8º. Depois do INSS, comecei a me preparar para os concursos do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal com o objetivo de trabalhar próximo de casa e 6 horas diárias. No Banco do Brasil passei em 6º lugar e o da Caixa em 10º. Quando a Caixa me nomeou eu já estava trabalhando no Banco e nele permaneci. Durante minha preparação para o concurso de Auditor, fiz o concurso de Gestor de Cultura de Minas Gerais (passei em 6º lugar) e o de Analista Técnico do Ministério da Fazenda PECFAZ (14º lugar). Fui nomeada para os dois no mesmo dia, mas optei pelo último (Analista Técnico PECFAZ), no qual estou hoje.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados do concurso da Receita Federal 2014?
Joyce: Olhei para a lista muitas vezes para ter certeza de que não era uma ilusão. Durante o dia, olhava para ver se meu nome estava mesmo lá. A sensação é de “Ufa… nem acredito… consegui… Meu Deus… valeu demais…”
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Joyce: Vida social eu só tinha nos fins de semana com minha mãe e com meu noivo. Não participava das confraternizações do trabalho e a cada quatro meses, aproximadamente, encontrava com uma amiga. Baladas… nem sei o que é isso. Meus programas eram cinemas, barezinhos, filminho em casa ou alguma festa de casamento. Em casa, moramos somente minha mãe e eu. Ela me dava tranquilidade. Aos sábados estudava pela manhã e aos domingos não estudava.
Somente duas vezes na semana ia à academia pela manhã, porém ainda dava tempo de estudar um pouquinho antes de ir trabalhar. Mas esse ritmo somente prevaleceu antes de sair o edital do concurso para Auditor. Pós edital, sai da academia e estudava aos domingos.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Joyce: Ao longo dos meus estudos, sempre foquei em um só concurso. Acredito que por isso não me deparei com a sensação da reprovação, pois todos que foquei, passei. Desde o início mantive a postura de não atirar para todos os lados. No entanto, durante a minha preparação para o concurso de Auditor, fazia todas as provas da banca ESAF, ainda que eu tivesse certeza que não iria passar. Meu objetivo era saber se, naquele momento de prova, minha pontuação nas matérias que eu estava estudando ficaria na média dos aprovados.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Joyce: Minha preparação durou aproximadamente 4 anos, sendo 1 ano e 10 meses focada para o concurso de Auditor da Receita Federal. Quando comecei a estudar, sabia que o resultado seria a médio/longo prazo. Por isso, não me incomodava estudar sem edital. Se demorasse para mim, demoraria para todos. Então tentava aproveitar o tempo a meu favor.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Joyce: Na minha preparação utilizei videoaulas, cursos em PDF e livros. Sempre optei em assistir às videoaulas primeiro, pois o professor “clareava” a matéria, passava o primeiro entendimento. No meu caso, uma videoaula que tinha duração de 30 minutos durava 1 hora, porque escrevia todas as falas do professor… Era penoso…. Mas no final, sentia segurança. Depois, estudava pelos PDF ou livros voltados para concursos. Cursos em PDF possibilitam uma leitura dinâmica e de fácil acesso. Além disso, têm a capacidade de aproximar o autor do leitor e possuem muitos exercícios. Também no meu caso, como não tenho a habilidade de ler pelo computador, tinha que imprimir todas as aulas… Mas no final, conciliar todos esses métodos foi fundamental para a minha preparação.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria?
Joyce: Planejei os meus estudos de forma que o ciclo era semanal. No começo da preparação, fui incluindo as matérias de forma gradativa, por isso alterei minha grade de horários várias vezes. Quando todas as matérias já estavam incluídas, obrigatoriamente, eu via todas as disciplinas pelo menos duas vezes na semana. Algumas disciplinas, cujo aprendizado já estava mais consolidado, eram revisadas com exercícios. Outras disciplinas, que necessitavam de mais aprofundamento, lia e re-lia os cursos em PDF e assistia às videoaulas, geralmente, de outros professores daqueles que estudei no início da preparação.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Joyce: Diferente da maioria, amo contabilidade. Mas o português… De todas as disciplinas, o português foi o que mais me preocupou. Principalmente porque os professores falavam que precisaria obter 90% ou 100%. Para amenizar a minha situação, fiz vários cursos, re-escrevi o meu caderno de português, fiz todas as questões de português da Esaf. Mas, no fim, assumi que a minha média seria 80% de aproveitamento e que precisaria tirar essa possível desvantagem em outras disciplinas. Na prova de Auditor, dito e feito… 80%…
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Joyce: Quando saiu a autorização do concurso, vi muitos colegas dizerem que era a hora de focar, de dar mais energia. Ai eu pensei: “não sei de onde vou tirar mais energia…”. Eu estava focada desde o concurso realizado em 2012. Estudando todos os dias da semana e aos sábados. Quando saiu o edital, minhas alterações foram incluir o domingo e o estudo das discursivas no planejamento. Não alterei muito a minha forma de estudar, mas adquiri mais cursos de exercício em PDF.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Joyce: Na semana da prova, eu estava sem paciência para estudar. Na verdade, já havia lido todos os matérias do Estratégia, feito muitos exercícios, então relaxei. Mas não me afastei totalmente dos estudos. Estudava sem compromisso de cumprir horário. Assisti a alguns vídeos motivadores e de revisões (youtube, os que o professor Ricardo Vale gravou).
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Joyce: Até então, não havia estudado nenhuma disciplina do concurso de Auditor com foco em discursiva. Quando saiu o edital, adquiri dois cursos de discursiva: um com correção e outro sem correção. O sem correção, adquiri do Estratégia Concursos. O Estratégia ofereceu um curso com muitos temas (que já caíram em provas e inéditas). Fiz algumas discursivas para treinar, mas, com todos os temas, simulei responder as comandas das propostas. Isso me fez perceber se eu saberia ou não responder a questão, além de revisar o conteúdo.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Joyce: Considero-me que tive dois erros. O primeiro foi durante a minha preparação para o INSS. Nessa fase, eu não fiz provas, fiquei somente estudando e com isso não adquiri experiência. O segundo erro foi acreditar que a Esaf não iria cobrar Simples. Estudei o Simples superficialmente e não revisei. Todavia, meu maior acerto foi ter estudado mantendo o mesmo ritmo sempre.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Joyce: As pessoas costumam esperar ter um indício real (autorização ou edital) do concurso para começar ou retomar os estudos. A aprendizagem requer tempo, por isso, deve-se preparar com antecedência. Quer passar no próximo concurso de Auditor da Receita Federal? Comece a estudar hoje mesmo…
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?
Joyce: Estudar nunca foi doloroso para mim. Conhecia os meus pontos fracos e os assumi, a fim de corrigi-los o mais rápido possível. Mas eu tinha o medo de ter que ficar mais 2 ou 3 anos me dedicando inteiramente aos estudos. Conviver com esse sentimento não foi fácil.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Joyce: É difícil assumir que você precisa se dedicar, deixar de fazer algumas coisas legais, deixar de comprar uma roupa nova para adquirir um material, recusar alguns convites… Mas, se você assume, a aprovação é pura consequência. Além disso, é fácil perceber que a maioria das pessoas quer passar num concurso público. Mas o realmente “querer” é um sentimento inexplicável capaz de fazer todas as dificuldades serem pequenas. Quem quer passar de verdade só encontra soluções para as dificuldades.
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