O tão aguardado edital do concurso do Tribunal de Contas do Distrito Federal foi publicado, e se você quer garantir uma das vagas precisa acelerar sua preparação. Pensando nisso, organizamos este artigo das demonstrações contábeis aplicadas ao setor público – DCASP para o TCDF.
Vamos logo iniciar nossa análise, pois o conteúdo é bastante extenso.
O concurso do TCDF terá como banca organizadora o Cebraspe e as provas para a área de auditoria estão previstas para acontecer no dia 10 de dezembro de 2023.
As provas para o cargo de Auditor de Controle Externo serão formadas por 4 etapas: prova objetiva de conhecimentos básicos, prova objetiva de conhecimentos específicos, prova objetiva de conhecimentos especializados e prova discursiva.
A matéria de demonstrações contábeis aplicadas ao setor público para o concurso do TCDF será cobrada na prova de conhecimentos especializados para o cargo de auditor de controle externo – área auditoria.
Vamos iniciar nossa análise das DCASP para o concurso do TCDF, com base nas disposições estabelecidas pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público.
Para quem vai disputar uma das vagas para a área de auditoria, é de extrema importância agilizar os estudos na matéria de contabilidade pública, pois, certamente, muitas questões dessa disciplina aparecerão na sua prova.
Vamos iniciar nosso estudo pela análise do Balanço Patrimonial.
O Balanço Patrimonial é um demonstrativo contábil importante tanto para o setor público, quanto para o setor privado, mas existem grandes diferenças, por isso você deve estar atento para não se confundir.
O Balanço Patrimonial é responsável por demonstrar a situação patrimonial de uma entidade, em determinada data.
Além disso, esse demonstrativo contábil é formado por ativo, passivo e patrimônio líquido.
O ativo representa os bens e direitos, como o imobilizado e os valores a receber.
O passivo, por sua vez, representa as obrigações da entidade, como dívidas e fornecedores a pagar.
Já o patrimônio líquido é a diferença entre o valor do ativo e o valor do passivo, sendo formado pelo capital próprio da entidade, como o valor aportado pelos sócios e as reservas de lucros.
No setor público, o Balanço Patrimonial é formado pelo quadro principal e, adicionalmente, pelo quadro dos ativos e passivos financeiros e permanentes, pelo quadro das contas de compensação e pelo quadro do superávit ou déficit financeiro.
Os ativos e passivos são divididos em curto prazo (circulante) e longo prazo (não-circulante) a depender da data de realização.
Além desta classificação, para atender as exigências da Lei 4.320/64, que dá um aspecto orçamentário a esse balanço, os ativos e passivos são também divididos em financeiros e permanentes, dependendo se há ou não autorização orçamentária para a realização.
A diferença entre o ativo financeiro e o passivo financeiro resulta no superávit ou no déficit financeiro do exercício.
O quadro das contas de compensação do balanço patrimonial apresenta os atos que potencialmente podem afetar os ativos e os passivos da entidade, como a assinatura de contratos, demandas judiciais e garantias recebidas ou concedidas.
Continuando nossa análise das demonstrações contábeis aplicadas ao setor público para o TCDF, vamos estudar agora o Balanço Orçamentário.
Esta é a demonstração contábil responsável por evidenciar o resultado orçamentário do exercício, por meio do confronto entre a receita arrecadada e a despesa empenhada.
Além do resultado orçamentário, este balanço demonstra ainda as receitas e despesas previstas, confrontando-as com as realizadas, a fim de demonstrar se as previsões e o planejamento orçamentário do ente foram atingidos.
É a seguinte a composição do Balanço Orçamentário: quadro principal, quadro da execução dos restos a pagar não processados e quadro da execução dos restos a pagar processados.
Os restos a pagar são despesas que foram empenhadas, mas não passaram pelo estágio do pagamento no mesmo exercício.
Assim, são considerados restos a pagar não processados as despesas que não passaram pelo estágio da liquidação, ao passo que são considerados restos a pagar processados aquelas despesas que foram liquidadas, ou seja, cujo credor cumpriu sua obrigação e o ente público atestou tal cumprimento.
O balanço orçamentário reserva linhas específicas para os saldos provenientes de exercícios anteriores, que servem para a abertura de créditos adicionais. É um exemplo de saldos de exercícios anteriores o superávit financeiro.
Dando sequência ao estudo das DCASP para o concurso do TCDF, o objeto de análise agora será o Balanço Financeiro.
O Balanço Financeiro é responsável por evidenciar as receitas e as despesas (orçamentárias e extraorçamentárias). Ambas são conjugadas ainda com os saldos de caixa do exercício anterior e os que se transferem para o exercício seguinte.
Além disso, a estrutura do Balanço Financeiro é formada por um quadro único, que evidencia a movimentação financeira realizada pelo ente no período.
É nesse demonstrativo que se apura o resultado financeiro, que nada tem a ver com o superávit/déficit financeiro apurado pelo Balanço Patrimonial, como visto acima. Então fique atento a essa diferença, para não se confundir na hora da prova.
O resultado financeiro pode ser apurado pela diferença entre o saldo em espécie inicial e final, ou por meio da soma das receitas financeiras recebidas, subtraindo-se os pagamentos efetuados.
Agora, vamos analisar as principais informações sobre a Demonstração das Variações Patrimoniais (DVP), para dar continuidade ao nosso estudo das DCASP para o TCDF.
A DVP possui um viés patrimonial, demonstrando as alterações verificadas no exercício, independentemente de serem orçamentárias. Essa demonstração é responsável por apresentar o resultado patrimonial do período.
O resultado da DVP é calculado por meio da diferença entre as variações patrimoniais quantitativas aumentativas e diminutivas. O resultado patrimonial do exercício passa então a compor o saldo patrimonial do Balanço Patrimonial.
As normas contábeis ainda exigem que a DVP divulgue como alocação do resultado do exercício os valores atribuíveis à participação de controladores e não controladores.
A DVP, demonstração contábil aplicável a área pública, tem uma função semelhante à Demonstração do Resultado do Exercício, para a iniciativa privada, que evidencia o desempenho alcançado pela entidade em determinado exercício. No setor público, a DVP é responsável por informar como o serviço prestado à população modificou quantitativamente os elementos patrimoniais.
Agora vamos analisar a Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC). Essa demonstração nos mostra as alterações de caixa (recebimentos e pagamentos) realizadas no período.
A DFC separa os fluxos de caixa em operacional, investimentos e financiamentos, conforme detalhado a seguir.
Atividades de financiamento: são movimentações de caixa que alteram o tamanho e a composição do capital próprio e do endividamento, como o recebimento de um empréstimo.
Atividades de investimento: são os fluxos de caixa resultantes de aquisição e venda de ativos de longo prazo, como os imobilizados.
Atividades operacionais: é uma classificação residual, ou seja, são as atividades que não se enquadram como de investimento ou financiamento.
Somando-se os 3 fluxos abordados acima, o valor obtido deverá ser semelhante à diferença entre os saldos iniciais e finais de caixa.
A DFC é composta pelos seguintes quadros: quadro principal, quadro de transferências recebidas e concedidas, quadro de desembolso de pessoal e demais despesas por função, quadro de juros e encargos da dívida.
Vamos abordar agora as informações mais relevantes sobre a Demonstração das Mutações no Patrimônio Líquido (DMPL).
Como o próprio nome já revela, é por meio dessa demonstração que se evidencia o aumento ou redução do patrimônio líquido da entidade de um período para outro.
A DMPL é obrigatória somente para as empresas estatais dependentes que foram criadas sob a forma de sociedades anônimas. Para os demais órgãos e entidades dos entes da Federação a demonstração é facultativa.
São exemplos de itens que serão evidenciados pela demonstração das mutações no patrimônio líquido:
– o resultado do período;
– a destinação do resultado do período, como a distribuição de dividendos;
– aumentos do capital social;
– valores reconhecidos diretamente no patrimônio líquido, como valores decorrentes de reavaliações;
– ajustes de exercícios anteriores;
A estrutura da DMPL é formada por um conjunto de colunas (contas contábeis das quais os dados devem ser extraídos) e linhas (definem o par de lançamento de tais contas).
Para finalizar o estudo das DCASP para o concurso do TCDF é importante lembrar que todas as demonstrações contábeis aqui abordadas devem vir acompanhadas de notas explicativas.
As notas explicativas, como o próprio Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público estabelece, são parte integrante das demonstrações contábeis.
É papel das notas explicativas fornecer informações que não puderam ser suficientemente detalhadas, bem como esclarecer e acrescentar informações que forem necessárias para facilitar o entendimento das demonstrações contábeis.
O concurso do TCDF é uma excelente oportunidade e estar por dentro dos principais dispositivos sobre as demonstrações contábeis aplicadas ao setor público vai ajudar você a garantir a sua vaga.
Turbine a sua preparação indo além da teoria, realize muitas questões e simulados!
Não deixe também de analisar a estrutura das DCASP trazida pelo Manual de Contabilidade Aplicada ao Setor Público, pois vai facilitar a resolução das questões e ajudar a garantir uma boa colocação no concurso do TCDF.
Sabemos que o conteúdo abordado neste artigo possui muitos detalhes e tem grandes chances de ser cobrado na prova.
Por isso, não deixe de estudar e revisar todas as informações importantes.
Boa prova!
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