A Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas dos Correios e Similares (FENTECT) decidiu, nesta semana, decretar greve nacional. Além disso, não há prazo para o fim da paralisação na estatal.
Segundo informações da entidade, as atividades dos Correios serão paralisadas por tempo indeterminado, isso em função do movimento “contra a retirada de direitos, contra a privatização da empresa e negligência com a saúde dos trabalhadores em relação à Covid 19.”
A Fentect afirma que junto aos sindicatos filiados, tentam, desde o início de julho, dialogar com a direção dos Correios em torno da pauta de negociação: “Além da empresa se negar a negociar, a categoria foi surpreendida desde o dia 1º de agosto com a revogação do atual Acordo Coletivo que estaria em vigência até 2021.”
Ainda conforme os argumentos da Fentect, foram retiradas 70 cláusulas nas quais previam direitos da categoria. Confira abaixo algumas delas:
Em nota, a empresa afirmou que resguarda os vencimentos dos pagamentos e propõe ajustes de benefícios previstos na CLT. Abaixo, disponibilizamos a íntegra da nota publicada pelos Correios:
“Os Correios não pretendem suprimir direitos dos empregados. A empresa propõe ajustes dos benefícios concedidos ao que está previsto na CLT e em outras legislações, resguardando os vencimentos dos empregados.
Sobre as deliberações das representações sindicais, os Correios ressaltam que a possuem um Plano de Continuidade de Negócios, para seguir atendendo à população em qualquer situação adversa.
No momento em que pessoas e empresas mais contam com seus serviços, a estatal tem conseguido responder à demanda, conciliando a segurança dos seus empregados com a manutenção das suas atividades comerciais, movimentando a economia nacional.
Desde o início das negociações com as entidades sindicais, os Correios tiveram um objetivo primordial: cuidar da sustentabilidade financeira da empresa, a fim de retomar seu poder de investimento e sua estabilidade, para se proteger da crise financeira ocasionada pela pandemia.
A diminuição de despesas prevista com as medidas de contenção em pauta é da ordem de R$ 600 milhões anuais. As reivindicações da Fentect, por sua vez, custariam aos cofres dos Correios quase R$ 1 bilhão no mesmo período – dez vezes o lucro obtido em 2019. Trata-se de uma proposta impossível de ser atendida.
Respaldados por orientação da Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST), bem como por diretrizes do Ministério da Economia, os Correios se veem obrigados a zelar pelo reequilíbrio do caixa financeiro da empresa. Em parte, isso significa repensar a concessão de benefícios que extrapolem a prática de mercado e a legislação vigente. Assim, a estatal persegue dois grandes objetivos: a sustentabilidade da empresa e a manutenção dos empregos de todos.”
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