Olá, candidatos do concurso PCDF! Nesta quarta-feira, 25 de agosto, se inicia o prazo para interposição de recursos contra o gabarito preliminar da prova da PCDF para o cargo de Agente. Portanto, para te ajudar, confira os possíveis recursos dados por nossos professores!

Recursos PCDF – Agente: Conhecimentos sobre o Distrito Federal

QUESTÃO:

A RIDE, em seu recorte territorial, é formada por municípios de três unidades da Federação: Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais.

Argumentos para o recurso:

A questão afirma que a RIDE é formada por municípios de três unidades da Federação: Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais. O Distrito Federal é uma unidade da Federação. Quais os municípios existentes no Distrito Federal? Nenhum. Não há municípios no Distrito Federal, que não pode ser dividido em municípios, conforme dispõe o artigo 32 da Constituição Federal (Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios …).

Dispõe a Constituição Federal no seu artigo 1º, que a República Federativa do Brasil é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal (Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal …). É pacífico entre os doutrinadores do direito constitucional que o Distrito Federal não é um estado e não é um município. É o Distrito Federal, um ente da federação de caráter atípico, anômalo, singular, híbrido. Não é estado, nem município. É o Distrito Federal.

O § 1º da Lei Complementar nº 94, de fevereiro de 1998 (lei de criação da RIDE) dispõe que a RIDE é formada pelo Distrito Federal e por municípios do estado de Goiás e Minas Gerais.

Sintetizando: A RIDE é formada pela unidade federativa Distrito Federal (que não têm municípios e que não é um município) e por municípios de duas unidades federativas: Goiás e Minas Gerais.

PLEITO: ALTERAÇÃO DO GABARITO PARA “ERRADO”.

QUESTÃO:

A Estação Ecológica de Águas Emendadas constitui uma unidade de conservação cuja visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo.

Argumentos para o recurso:

A Estação Ecológica de Águas Emendadas é uma unidade de conservação do Distrito Federal. A Lei Complementar nº 827, de 22 de julho de 2010, institui o Sistema Distrital de Unidades de Conservação da Natureza – SDUC e estabelece critérios e normas para a criação, implantação, alteração e gestão das Unidades de Conservação no território do Distrito Federal. Link para acessar a lei:
https://www.fazenda.df.gov.br/aplicacoes/legislacao/legislacao/TelaSaidaDocumento.cfm?txtNumero=827&txtAno=2010&txtTipo=4&txtParte=.

Vejamos o artigo 9º e § 2º:

Art. 9º A Estação Ecológica tem como objetivo a preservação da natureza e a realização de pesquisas científicas.
§ 2º É proibida a visitação pública, exceto com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o plano de manejo da unidade ou regulamento específico.

Ou seja, a visitação pública é proibida, mas há uma exceção. É permitida a visitação pública com objetivo educacional, de acordo com o que dispuser o plano de manejo da unidade ou regulamento específico.

O Plano de Manejo da Estação Ecológica de Águas Emendadas estabelece normas e restrições para a visitação na unidade de conservação. Conforme o Plano de Manejo é permitida a visitação para fins educacionais.

Link para a versão resumida do Plano de Manejo (normas e restrições de visitação na página 61):
http://www.ibram.df.gov.br/wp-content/uploads/2019/05/PlanoManejo_vers%C3%A3o-resumida_Aguas-Emendadas-compactado.pdf

Fins educacionais é um tipo de visitação pública, conforme o § 2º do art. 9º da Lei do SDUC. As visitas guiadas para fins educacionais podem ser agendadas no link a seguir:
http://www.ibram.df.gov.br/estacao-ecologica-aguas-emendadas/

Por fim, a questão está correta conceitualmente e pela língua portuguesa ao dizer que “a visitação pública está sujeita às normas e restrições estabelecidas no Plano de Manejo”. Sim, o Plano de Manejo estabelece às normas e restrições para a visitação pública.

PLEITO: ALTERAÇÃO DO GABARITO PARA “CERTO”.

Recursos PCDF – Agente: Direito Processual Penal

A questão 71 trouxe a seguinte redação: “Os elementos informativos do inquérito podem servir como fundamentação em decreto condenatório no processo penal, ainda que não confirmados pelo contraditório judicial.” O gabarito apontado pela banca foi de que o item está CERTO.

Em que pese o entendimento colacionado, verifica-se em primeiro lugar a questão não traz a informação a que título que os elementos in formativos foram utilizados. Isso porque, de acordo com o artigo 155 do Código de Processo Penal, é possível que o Magistrado utilize dos elementos informativos, mas apenas de forma excepcional, confira:

“O juiz formará sua convicção pela livre apreciação da prova produzida em contraditório judicial, não podendo fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas.” (grifei)

Dessa feita, os elementos colhidos em sede de Inquérito Policial são renovados em sede de juízo (no curso do processo penal) para garantir o contraditório, ampla defesa e o devido processo legal como garantias fundamentais do réu.

Assim, a identificação de fontes de provas é o ato de buscar as provas que irão lastrear o Inquérito Policial e corroborar a denúncia do Ministério Público ou a queixa do Querelante, já os elementos informativos de prova isoladamente considerados, não podem fundamentar uma sentença condenatória.

A explicação que a fundamenta a vedação é a seguinte: inquérito policial é procedimento administrativo inquisitivo por natureza. Nele não vigora o princípio do contraditório (presente somente a partir da fase judicial), daí porque as provas produzidas em seu bojo precisam de necessária repetição no curso do processo para que possam fundamentar eventual decreto condenatório (o inquérito teria, assim, mera função informativa e exauriria sua finalidade com o oferecimento da inicial acusatória – se for usado como base para a mesma).

Nesse sentido, a unilateralidade das investigações desenvolvidas pela polícia judiciária na fase preliminar da persecução penal (informatio delicti) e o caráter inquisitivo que assinala a atuação da autoridade policial não autorizam, sob pena de grave ofensa à garantia constitucional do contraditório e da plenitude de defesa, a formulação de decisão condenatória cujo único suporte seja a prova, não reproduzida em juízo, consubstanciada nas peças do inquérito – a investigação policial – que tem no inquérito o instrumento de sua concretização – não se processa, em função de sua própria natureza, sob o crivo do contraditório, eis que é somente em juízo que se torna plenamente exigível o dever de observância ao postulado da bilateralidade da instrução criminal contraditória.

Esse é o entendimento dos Tribunais Superiores Pátrios, em especial, do Superior Tribunal de Justiça, que assim preceitua:

“HABEAS CORPUS. ROUBO CIRCUNSTANCIADO PELO CONCURSO DE PESSOAS. SENTENÇA ABSOLUTÓRIA. ACÓRDÃO CONDENATÓRIO EMBASADO EXCLUSIVAMENTE EM ELEMENTOS INFORMATIVOS COLHIDOS DURANTE O INQUÉRITO POLICIAL. OFENSA À GARANTIA DO DEVIDO Processo LEGAL. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA. 1. Em respeito à garantia constitucional do devido processo legal, a legitimidade do poder-dever do Estado aplicar a sanção prevista em lei ao acusado da prática de determinada infração penal deve ser exercida por meio da ação penal, no seio da qual ser-lhe-á assegurada a ampla defesa e o contraditório. 2. Visando afastar eventuais arbitrariedades, a doutrina e a jurisprudência pátrias já repudiavam a condenação baseada exclusivamente em elementos de prova colhidos no inquérito policial. 3. Tal vedação foi abarcada pelo legislador ordinário com a alteração da redação do artigo 155 do Código de Processo Penal, por meio da Lei n. 11.690/2008, o qual prevê a proibição da condenação fundada exclusivamente nos elementos informativos colhidos na investigação. 4. Constatado que o Tribunal de origem utilizou-se unicamente de elementos informativos colhidos no inquérito policial para embasar o édito condenatório em desfavor da paciente, imperioso o reconhecimento da ofensa à garantia constitucional ao devido processo legal.” (STJ, Quinta Turma, HC 200802252070, rel. Min. Jorge Mussi) (grifei)

Dessa feita, a o gabarito do enunciado apresentado pela banca, deve ser retificado para ERRADO, vez que NÃO É POSSÍVEL basear édito condenatório apenas em elementos informativos colhidos na fase de Inquérito policial, sendo possível, de acordo com a redação do dispositivo processual retro, de forma excepcional em provas antecipadas, não repetíveis e cautelares, e em assim sendo, a exceção da parte final do dispositivo só reforça a regra preceituada no artigo 155 do CPP, pois caso contrário, desnecessária seria a parte final sinalizando a excepcionalidade demonstrada.

PLEITO: ANULAÇÃO da questão, vez que não traz de forma clara a que título os elementos informativos foram utilizados, pela regra ou pela exceção, conforme determina o artigo 155 do CPP.

Recursos PCDF – Agente: Contabilidade

109.  A contabilidade foca nos grupos de contas destinadas ao registro dos eventos que afetam o patrimônio da entidade contábil.

RECURSO: Não resta dúvida de que o objeto da contabilidade é o patrimônio e seu objetivo é controlar esse patrimônio. Entretanto, para controlar o patrimônio, é necessário fazer os registros dos fatos, e para isso a contabilidade utiliza-se das contas que registram as alterações patrimoniais.

Como existem grupo de contas que alteram o patrimônio e grupo de contas que não alteram o patrimônio, o foco da contabilidade é justamente no grupo de contas que alteram o patrimônio de modo a fazer os registros dos fatos contábeis, que são os eventos que provocam alterações no patrimônio das aziendas.

É sabido que existem algumas teorias da contabilidade, dentre elas: a contista – cujo objeto é a conta, e a patrimonialista – cujo objeto é o patrimônio. Mas essa não foi a abordagem da questão, pois, se assim fosse, deveria falar do objeto da contabilidade.

Diante do exposto, solicitamos a alteração do gabarito de ERRADA para CERTA.

111. O pagamento de um título com juros é um fato modificativo, pois reduz o montante do patrimônio, o que gera uma despesa; no entanto, alguns fatos aumentam ou diminuem o patrimônio sem que, simultaneamente, seja gerada qualquer receita ou despesa.

RECURSO: Os fatos contábeis são aqueles que provocam alteração no patrimônio, podendo ou não alterar o patrimônio líquido. Caso não haja alteração quantitativa do patrimônio líquido, caracteriza-se um fato permutativo. Entretanto, a alteração quantitativa do patrimônio líquido pode caracterizar um fato modificativo – caso haja a alteração no patrimônio líquido sem que haja permuta entre os elementos patrimoniais; e um fato MISTO – caso, além de haver a alteração quantitativa no patrimônio líquido, também ocorra permuta dos elementos patrimoniais.  A segunda parte da questão está correta. Entretanto, a primeira parte abordou o pagamento de um título com juros: esse evento, além de provocar a alteração quantitativa do patrimônio líquido para menos, também provoca uma permuta entre os elementos patrimoniais, caracterizando, dessa forma, um FATO CONTÁBIL MISTO.

Diante do exposto, solicitamos a alteração do gabarito de CERTA para ERRADA.

116. O registro do imposto de renda retido na fonte, advindo da folha de pagamento, proporcionará um aumento no passivo circulante da empresa no momento do reconhecimento da despesa com salários.

RECURSO: Na contabilização da folha de pagamento, existem os encargos que são de responsabilidade da empresa, os que são responsabilidade do empregado e os que são responsabilidade do Governo. Os encargos da empresa, geram despesa, reduzem lucro e na sua contabilização aumenta o passivo da empresa. Já os que não são de sua responsabilidade, não impactam seu resultado e não aumentam as suas obrigações.

Contabilização dos Encargos da Empresa:

D- Despesas com Salários

C- Salários a pagar

D- Despesa com INSS (parcela patronal)

C- INSS a Pagar

D – Despesa com FGTS

C- FGTS a Recolher

Esses, e apenas esses, provocam alteração no resultado da empresa e consequentemente aumentam o passivo.

As retenções, como ocorrem com o INSS e o Imposto de Renda Retido na Fonte, são meros fatos permutativos entre elementos do passivo, que não geram despesas para empresa nem aumentam seus passivos, uma vez que ocorre uma  troca uma dívida por outra de igual valor.

D – Salários a pagar

C – IRRF a recolher

Fazer a contabilização juntando os lançamentos não seria a forma adequada pois afetaria a representação fidedigna, uma fez que a informação não estaria completa em todos os seus aspectos e para que a informação seja útil na tomada de decisão por parte de seus usuários, ela deve ser simultaneamente relevante e representar fidedignamente o que se propõem, sendo que um dos atributos para a representação fidedigna é que a informação deve ser completa em todos seus aspectos.

Diante do exposto, solicitamos a alteração do gabarito de CERTA para ERRADA.

Recursos PCDF – Agente: Matemática e Raciocínio Lógico

Gabarito do professor: CERTO.

Gabarito preliminar da banca: ERRADO.

Resolução do problema

Antes de resolver a questão, devemos nos atentar para alguns detalhes do enunciado.

Perceba que ocorre uma distinção entre dois tipos de cumprimentos: “apertos de mão” e “acenos“.

Entende-se que um “aperto de mão“, que ocorre entre rapazes, é recíproco. Isto é, se um rapaz A cumprimenta com um “aperto de mão” um rapaz B, entende-se que esse único “aperto de mão” também corresponde ao “aperto de mão” de B para A.

Por outro lado, entende-se que um aceno não é recíproco, isto é, se uma moça A acena para uma moça B, esse aceno não corresponde ao aceno de B para A.

Pense na vida real: podemos acenar para uma pessoa sem receber a resposta, correto? Se eu acenar para o meu tio e meu tio não acenar de volta, temos um aceno. Por outro lado, se eu acenar para o meu tio e ele acenar de volta, temos dois acenos. Com o “aperto de mão”, temos uma situação diferente: se eu realizar um aperto de mão com o meu tio, necessariamente ele realizou um “aperto de mão” comigo.

Observe que, na questão, se o “aceno” fosse recíproco, não haveria sentido dizer que cada moça cumprimentou a todos com um aceno. Isso porque os rapazes não responderiam aos “acenos”, pois eles somente cumprimentam com “apertos de mão” outros rapazes.

Em resumo, deve-se seguir o seguinte entendimento:

  • Entre dois rapazes: 1 aperto de mão;
  • Entre duas moças: 2 acenos;
  • De uma moça para um rapaz: 1 aceno.

Voltando ao item da questão, uma vez que os acenos não são recíprocos, temos um total de 20 moças que cumprimentaram com um aceno as outras 19. Logo o número de cumprimentos com acenos entre moças foi:

Portanto, o número de cumprimentos com acenos entre moças foi superior a 200.

Entendimento da banca

A banca apresentou a seguinte justificativa para dar o gabarito como ERRADO:

Note que, em sua justificativa, a banca incluiu a premissa de que os cumprimentos com acenos são recíprocos. Essa premissa não corresponde com a realidade e em nenhum momento foi apresentada no enunciado. Assim, para cada par de moças, a banca contabilizou um único aceno.

Considerando-se essa premissa equivocada, de fato o número de acenos corresponderia ao número de maneiras que podemos selecionar duas moças dentre 20:

Recursos PCDF – Agente: Português

BANCA: CEBRASPE
ÓRGÃO: PCDF
CARGO: AGENTE

QUESTÃO Nº 08
TEXTO DA QUESTÃO:

A sequência de ações no texto se organiza a partir de uma lógica imperativa de que os atos e as palavras referidos devem necessariamente parecer extravagantes, desarrazoados.

GABARITO PRELIMINAR: CERTO
GABARITO PRETENDIDO: ERRADO

FUNDAMENTAÇÃO:
A questão traz como correta a afirmação de que “A sequência de ações no texto se organiza a partir de uma lógica imperativa de que os atos e as palavras referidos devem necessariamente parecer extravagantes, desarrazoados.” Contudo, nota-se um equívoco ao considerar CERTO o item, pelo que se expõe a seguir.

De fato, a narrativa é construída a partir de comandos e instruções, com verbos flexionados no Modo Imperativo.

Contudo, no final do item, afirma-se que que esses comandos devem “necessariamente parecer extravagantes, desarrazoados”. Por mais que haja um comando para que o indivíduo aja de forma “extravagante, desarrazoada”, em “componha uma cara de louco quieto e perigoso”,  em diversos outros momentos há comandos que tentam suavizar e amenizar situações, como no caso de “largue tudo de repente sob os olhares à sua volta”, “Convém não responder aos olhares interrogativos” e “Mas não exagere na medida”.

Destaque-se o último exemplo citado, “Mas não exagere na medida”. Ora, se o próprio narrador pede que a ação não seja exagerada, não é possível afirmar que os comandos são necessariamente desarrazoados. Assim, os exemplos trazidos tornam o item errado.

Ante a fundamentação acima, requer, humildemente, a ALTERAÇÃO do gabarito para ERRADO.

BANCA: CESPE/CEBRASPE
ÓRGÃO: PCDF
CARGO: AGENTE

QUESTÃO Nº 16
TEXTO DA QUESTÃO:

Feitos os devidos ajustes de maiúsculas e minúsculas, o ponto final que encerra o segundo período do quarto parágrafo, após “enfrentar”, poderia ser substituído corretamente pelo sinal de dois-pontos, visto que o período subsequente explica o que é o “problema sério” mencionado.

GABARITO PRELIMINAR: CERTO
GABARITO PRETENDIDO: ERRADO

FUNDAMENTAÇÃO:
A questão traz como a reescrita do período entre as linhas 25 e 29 como correta. Contudo, nota-se um equívoco ao considerá-la CORRETA, pelo que se expõe a seguir.

O erro na reescrita se encontra no fato de considerar o período composto “Nosso pressuposto atual de que não sabemos tudo e de que até mesmo o conhecimento que temos se estende aos mitos partilhados que possibilitam que milhões de estranhos cooperem de maneira eficaz.” como explicação ao “problema sério”.

Percebe-se que não há uma relação de explicação entre os períodos, mas a defesa do ponto de vista do autor sobre as consequências da “revolução da ignorância”.

Além disso, por não haver essa relação de explicação, o uso dos dois-pontos perderia sua função, o que torna o item errado.

Ante a fundamentação acima, requer, humildemente, a ALTERAÇÃO do gabarito para ERRADO.

Recursos PCDF – Agente: Informática

QUESTÃO: A planilha a seguir apresenta o total de crimes cometidos nas regiões X e Y.

Caso deseje, com base nesses dados, obter a média de todos os crimes, independentemente da região onde eles foram cometidos, e inseri-la na célula D4, o usuário deverá utilizar a seguinte fórmula.

=MÉDIA(B2:C3)

GABARITO PRELIMINAR: CERTO

PEDIDO DE RECURSO: ANULAÇÃO

MOTIVO: Primeiramente, o trecho da questão “o usuário DEVERÁ utilizar a seguinte fórmula.”, de acordo com os conceitos de palavras da língua português, quando empregado o verbo DEVER, o sentido obtido pela questão é de “estar obrigado a se devotar a algo”, quando na verdade a busca da média aritmética também pode ser aplicada através da função =SOMA(B2:C3)/CONT.NÚM(B2:C3). Ou seja, o termo DEVERÁ restringe a questão a utilização da função =MÉDIA(), sendo incorreta essa afirmação, perante a análise gramatical da língua portuguesa.

Não obstante, a questão também não apresenta ao candidato, tanto no texto motivador quanto no enunciado do item, qual é a ferramenta utilizada para a criação dessa planilha. Caso a planilha fosse elaborada no aplicativo editor de texto Word, seria impossível realizar a operação informada no item através da função =MÉDIA(). Sendo assim, é totalmente impossível julgar o item como certo ou errado, pois desconhecemos qual é o aplicativo utilizado pelo examinador para gerar a imagem.

QUESTÃO: Com relação a sistemas operacionais e planilhas, julgue os itens a seguir.

No sistema operacional Android, os aplicativos não podem interagir entre si e têm acesso limitado ao sistema operacional, ou seja, o aplicativo X que tentar fazer algo malicioso, como ler os dados do aplicativo Y, será impedido de fazê-lo. Com exceção de uma pequena quantidade de código do sistema operacional Android, todo o código acima do kernel do Linux é restrito a application sandbox.

GABARITO PRELIMINAR: CERTO

PEDIDO DE RECURSO: ERRADO

MOTIVO: O primeiro período da questão apresenta informações que são teorias genéricas sobre as atividades de aplicativos em sistemas Android, mas não são regras sem exceções práticas de uso do sistema. Além disso, estão faltando informações para identificação do tipo de usuário que está executando o processo, pois não é possível identificar na leitura do item que os processos estão sendo executados em nível de usuário comum (com restrições) ou superusuário (root), tornando impossível julgar o item como correto ou errado sem o conhecimento dos poderes do usuário.

Outra inconsistência que o item apresenta é não considerar a ação de programas maliciosos que contaminam o sistema, permitindo que as pragas se comuniquem com outros programas e o próprio núcleo, ainda que em menor escala, mas tornando possível realizar as ações maliciosas que afetam a funcionalidade da aplicação ou do sistema. Sendo assim, o item estaria errado.

Abaixo, podemos identificar trecho do site oficial da AVAST Brasil, sobre operações de programas maliciosos e ferramentas de segurança em dispositivos Androids:

“Apps no iOS são também colocados em sandbox, o que significa que eles não podem interagir com outros aplicativos ou com o sistema operacional além de um certo ponto. Dito isso, os usuários de iOS e Android são igualmente susceptíveis a ataques de phishing por email ou mesmo mensagens SMS.

Apps no Android também são colocados em sandbox, mas em menor grau…”

O trecho acima foi retirado da página: https://blog.avast.com/pt-br/como-detectar-e-remover-um-virus-do-seu-telefone-android

Contudo, realmente o segundo período da questão apresenta um posicionamento correto, no trecho “Com exceção de uma pequena quantidade de código do sistema operacional Android, todo o código acima do kernel do Linux é restrito a application sandbox”, mas isso não significa e invalida a comunicação entre os aplicativos em operação acima do núcleo do sistema. Essa característica do sistema operacional delimita o acesso (diminui a possibilidade) ao nucelo do sistema pelas aplicações, mas não é um fator determinante para que os aplicativos que estejam em comunicação nas camadas superiores acessem o núcleo ou tenham interações entre si, ainda que em menor escala.

Recursos PCDF – Agente: Estatística

Bloco de questões 103 e 104

Em uma pesquisa de campo, realizada por meio de amostragem aleatória simples, mediram-se as alturas de moradores masculinos adultos de determinado município. Os pesquisadores resolveram aproximar a distribuição de alturas por uma normal. Eles estimaram os parâmetros da normal por meio do método de máxima verossimilhança.

Considerando essa situação hipotética, julgue os itens a seguir.

Questão. A amostragem estratificada por faixas de renda familiar quando criança possibilitaria uma estimação intervalar mais precisa dos parâmetros da distribuição normal.

Comentários:

O gabarito preliminar oficial para essa questão é “CERTO” e a justificativa apresentada pela banca é: “A amostragem estratificada permite uma estimação mais precisa do que a amostragem aleatória simples”.

Inicialmente, cabe pontuar que a amostragem estratificada consiste em dividir a população em grupos (denominados estratos) e extrair uma amostra aleatória de cada estrato. Com esse procedimento, espera-se uma melhor representatividade da população (isto é, da característica sendo estudada), uma vez que haverá, na amostra extraída, elementos de todos os estratos da população. Ou seja, de fato, uma amostragem estratificada, conduzida de forma adequada, possibilita uma estimação mais precisa do que a amostragem simples.

Porém, se o critério para a estratificação da população não tiver relação com a característica sendo estudada, ela não trará melhor representatividade da população  e, consequentemente, não apresentará maior precisão à estimativa. A rigor, se a população for dividida aleatoriamente em estratos, para que seja conduzida uma amostragem estratificada, esta terá matematicamente a mesma eficiência de uma amostragem aleatória simples. 

De maneira similar, vamos supor que estejamos analisando o número médio de horas trabalhadas dos adultos e que iremos dividir a população de acordo com a altura dos seus pais. Nesse caso, também não há uma relação entre o aspecto sendo mensurado (número de horas trabalhadas) e o critério da segregação (altura dos pais). Dessa forma, a estratificação aproxima-se de uma estratificação aleatória, e a amostragem estratificada torna-se tão eficiente quanto a amostragem simples.

Entendemos que o enunciado trás esse tipo de situação, uma vez que não há relação aparente entre as alturas de moradores masculinos adultos (população) e a renda familiar quando criança (critério da estratificação), o que torna a amostragem estratificada tão eficiente quanto a amostragem aleatória simples, e não possibilita uma estimação mais precisa.

Por isso, pleiteamos pela alteração do gabarito, de “CERTO” para “ERRADO”. 

Bloco de questões 105 – 107

Um remédio para baixar a pressão arterial foi testado em pessoas com hipertensão. O referido medicamento foi comparado a outro medicamento que já estava em uso no mercado, por meio de amostragens aleatórias simples. Um teste t foi implementado para verificar se a pressão arterial dos testados baixava mais, em média, com o uso do novo remédio. Os pesquisadores escolheram um nível de significância de 0,01. Se o remédio baixasse a pressão arterial em mais que certa quantidade, p, o fabricante mudaria sua linha de produção para produzir o novo remédio. A potência do teste para detectar uma redução dessa quantidade, p, foi 0,9.

Com relação a essa situação hipotética, julgue os itens que se seguem.

Questão. Se o verdadeiro valor da redução média de pressão do novo remédio fosse igual a p, então existiria uma chance de 90% de o teste ter detectado essa diferença.

Comentários:

O gabarito preliminar oficial para essa questão é “CERTO” e a justificativa apresentada pela banca é: “A potência de um teste é a probabilidade de detectar uma dada diferença média, dado que essa diferença existe”.

Inicialmente, cabe destacar que a potência do teste (ou poder do teste) corresponde à probabilidade de rejeitar a hipótese nula sendo ela falsa e que o enunciado informou que essa probabilidade é igual a 0,9 (90%). Pelo enunciado, deduzimos que a hipótese nula é de que ambos os medicamentos possuam efeito similar e a hipótese alternativa é de que o novo medicamento seja mais eficiente. Logo, a rejeição da hipótese nula corresponde à conclusão de que o novo medicamento é, de fato, mais eficiente.

Ademais, o enunciado informa que a hipótese nula será rejeitada se o novo medicamento baixar a pressão arterial em mais que p, em média, na amostra extraída. Dessa forma, a potência para esse teste corresponde à probabilidade de o novo medicamento baixar a pressão arterial em mais que p, em média, na amostra extraída, dado que o novo medicamento é, de fato, mais eficiente que o outro (hipótese alternativa verdadeira).

Porém, o item afirma que a potência do teste corresponde à probabilidade de o teste detectar uma redução média da pressão arterial de p, dado que esse é o verdadeiro valor da redução provocada pelo novo medicamente. Ou seja, no item, houve uma aparente confusão entre o critério de rejeição da hipótese nula e o parâmetro verdadeiro (média) da população, que são conceitos distintos. 

Inclusive, ainda que a média de redução da pressão do novo medicamente seja igual a p, a probabilidade de o teste detectar exatamente essa redução na amostra é nula! Isso porque o nível de redução da pressão arterial é uma variável aleatória com distribuição contínua, em que a probabilidade de se obter exatamente determinado resultado (qualquer que seja) é nula.

Considerando a imprecisão da redação do item, entendemos que a questão deva ser anulada

Questão 108.

Determinado pesquisador reuniu dados de vários municípios brasileiros e estimou um modelo de regressão linear múltipla por mínimos quadrados ordinários. A variável dependente foi a taxa de homicídios, e as variáveis independentes incluíam variáveis, como, por exemplo, PIB per capita, média de anos de estudo, índice de Gini e outras variáveis socioeconômicas. Após a estimação, o pesquisador calculou a correlação entre os resíduos e as variáveis independentes e notou que essas correlações foram iguais a zero.

Com referência a essa situação hipotética, julgue o próximo item.

Questão. A ausência de correlação entre as variáveis independentes e os resíduos da regressão mostra que as variáveis independentes são exógenas.

Comentários:

O gabarito preliminar oficial para essa questão é “ERRADO” e a justificativa apresentada pela banca é: “A mecânica de cálculo dos coeficientes de Mínimos Quadrados Ordinários faz que os resíduos não sejam correlacionados com as variáveis independentes. Então, esse fato de não correlação não traz informação sobre o fato de as variáveis independentes serem ou não exógenas”.

No entanto, entendemos que o conceito de variáveis endógenas e exógenas, para tratar das relações de dependência e independência, são conceitos aplicáveis à Economia e à Econometria. Isso porque tais termos estão associados a modelos cuja finalidade é explicar o funcionamento da Economia, e não modelos puramente Estatísticos. 

Sem qualquer pretensão de esgotar a literatura sobre o assunto, apresentamos a seguir alguns livros relevantes que tratam dessa matéria:

Abel, A.B.; Bernarke, B.S.; Croushore, D. Macroeconomia. Pearson Universidades; 6ª edição; 512p; 2008.

Maia, A. G. Econometria: Conceitos e Aplicações. Editora Saint Paul, 2017.

Wooldridge, J. M. Introdução à econometria: uma abordagem moderna; tradução José Antônio Ferreira – São Paulo: Cengage Learning, 2010. Título original: Introductory econometrics: a modern approach 4.ed. norte-americana.

Verifica-se que são, de fato, livros de Economia e Econometria, e não livros voltados para a área de Estatística.

Assim, entendemos que a questão exige conhecimentos não constantes no edital do concurso, motivo pelo qual pleiteamos pela sua anulação.  

Coordenação

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