Quer interpor recursos contra os gabaritos do concurso da Câmara de Maceió para Analista Administrativo? Confira as possibilidades neste artigo!
O concurso público da Câmara Municipal de Maceió teve suas últimas provas aplicadas no último domingo, 2 de junho. Com isso, já foram divulgados os gabaritos preliminares da etapa.
Pretende interpor recurso contra o gabarito do concurso Câmara de Maceió? Então, atenção: todo o processo deve ser realizado no prazo de 5 e 6 de junho, no site do Cebraspe.
E para te ajudar, nossos professores analisaram o resultado e identificaram algumas possibilidades de recursos. Confira abaixo e não perca o prazo:
88 Entre as escolas que formam o pensamento sobre a gestão de pessoas, está a escola clássica, cujas atribuições centrais se resumem às funções de departamento de pessoal e de realização de treinamentos funcionais para o trabalho.
A banca considerou a questão 88 correta. No entanto, este gabarito não pode prosperar, em razão dos seguintes argumentos:
O mestre Jean Pierre Marras, professor titular da PUC-SP, da cadeira Administração de RH, esclarece em seu livro que na relação entre as escolas administrativas e a função de pessoal, até 1950, período da abordagem clássica de administração, o “chefe de pessoal”, assim denominado à época, era responsável pelas seguintes áreas: “controle da frequência; faltas ao trabalho; pagamentos; admissões e demissões; cumprimento da CLT” (MARRAS, 2007, p.25).
Acrescenta o referido autor, no mesmo quadro, que de 1950 a 1970, numa era ligada a ciências humanas, na “época em que a escola de relações humanas estava no auge” (Marras, 2007, p.25) o Gerente de RI, além das áreas acima elencadas de responsabilidade do chefe de pessoal, era responsável também pelas seguintes áreas: “serviços gerais, medicina e higiene, segurança patrimonial, segurança industrial, contencioso trabalhista, cargos e salários, benefícios, recrutamento e seleção, treinamento” (MARRAS, 2007, p.25).
Chiavenato, em seu livro, Recursos Humanos, afirma que “no decorrer do século XX, as organizações passaram por três fases distintas: a era da industrialização clássica, industrialização neoclássica e era da informação. “(CHIAVENATO, 2009, p. 10).
Assevera, Chiavenato, que a era da industrialização clássica cobriu o período entre 1900 e 1950; a era da industrialização neoclássica durou de 1950 a 1990.
Ou seja, o período neoclássico, conforme assevera Chiavenato, iniciou-se a partir de 1950, e, segundo Marras, é nesse período Neoclássico que iniciou o processo de treinamento dos empregados.
Na era clássica, a especialização do operário, através da fragmentação das tarefas, “torna supérflua sua qualificação profissional” (CHIAVENATO, 2001, p.78). Na narrativa de Chiavenato, “a divisão de trabalho contribui para facilitar a execução da tarefa e permitir a constante troca de indivíduos, além de incorporar uma força de trabalho de nível mais baixo, ampliando o mercado de trabalho. “
Isto posto, tomando por base a literatura citada, não se pode afirmar que a era clássica cuidava de realização de treinamentos funcionais para o trabalho. Os estudos apontam que para os engenheiros da Administração Científica, os tempos e movimentos determinam o melhor método de trabalho, que proporcionam um padrão de produção melhor. Nos estudos de Chiavenato (2001, p. 77):
“Esse padrão de produção coadjuvado por uma supervisão do tipo funcional, com um plano de incentivo salarial e condições ambientais adequadas de trabalho, conduziria à máxima eficiência possível e, portanto, a maiores lucros e maiores salários. Essa é a visão mecanicista e a lógica predominante.”
Como se pode depreender, não se trata de treinamento funcional, mas de uma supervisão direta e funcional que atua junto do operário para que ele execute as tarefas de acordo com normas e métodos estabelecidos.
Assim, pede-se a mudança do gabarito para tornar errada a questão em tela.
Referências:
CHIAVENATO, Idalberto. Teoria Geral da Administração. 6. Ed. Rio de Janeiro : Campus, 2001.
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos : o capital humano das organizações. 9.ed. Rio de Janeiro : Elsevier, 2009.
MARRAS, Jean Pierre. Administração de recursos humanos do operacional ao estratégico. 3.ed. São Paulo: Futura, 2000.
91 Embora amplamente difundidas, a teoria motivacional da hierarquia das necessidades, de Maslow, e a dos dois fatores, de Herzberg, possuem pouco ou nenhum embasamento científico.
A banca considerou a questão 91 correta. No entanto, este gabarito não pode prosperar, em razão dos seguintes argumentos.
A literatura dominante referente à teoria de Maslow, de fato, é categórica em afirmar que a teoria possui pouco ou nenhum embasamento científico.
Citando trechos do artigo de Dias Júnior (2019), a Teoria de Maslow possui características superficiais, não existindo um aprofundamento dos desejos do funcionário.
No entanto, no que diz respeito à teoria dos dois fatores desenvolvidas por Herzberg, a literatura dominante demonstra a importância no contexto de qualquer organização e que seus estudos foram construídos possuindo suporte na Teoria de Maslow e na Teoria de X e Y. Dias Júnior (2019) afirma que:
“Existem críticas sobre a Teoria dos Dois Fatores de Herzberg, principalmente na condução dos fatores motivacionais na busca pela motivação com o trabalho, todavia é comprovada a eficácia na criação de satisfação no ambiente de trabalho. Conforme o estudo em questão, pode-se identificar meios para se alcançar a satisfação e a extinção de fatores insatisfatórios, servindo de direcionamento para uma gestão motivadora.”
Em outra publicação acerca da teoria desenvolvida por Herzberg, vê-se que houve a utilização de métodos científicos para as constatações apontadas em seu livro “A Motivação para Trabalhar”, que teve por base a “realização de entrevistas com diversos profissionais da área industrial de Pittsburgh (Pensilvânia, Estados Unidos).” (MARQUES, 2019).
Herzberg utilizou questionamentos sobre o que agradava e o que desagradava cada um dos trabalhadores nas empresas nas quais atuavam. E, ao contrário do que trata a questão, vários autores asseveram a sua importância para o estudo do comportamento, motivação e satisfação das pessoas nas organizações.
É nesse sentido que se pode falar em conhecimento científico, pois a teoria de Herzberg já foi vastamente utilizada em pesquisas e trabalhos aceitos como científicos. De acordo com a ABNT (NBR 6022), o trabalho científico pode ser definido como a “publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento”.
Isto posto, o gabarito deve ser alterado para tornar a questão errada, haja vista a literatura dominante não apontar, no que se refere a teoria dos dois fatores, o pouco ou nenhum embasamento científico, pois vários autores consagrados mostram a importância dos estudos de Herzberg para as organizações, comprovadas a partir de pesquisas e trabalhos científicos.
Referências:
DIAS JÚNIOR. José Rogério Ponte. 2019.
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/administracao-financas/estudo-da-teoria dos-dois-fatores-de-herzberg-em-um-call-center-de-joao-pessoa-pb.htm
MARQUES, José Roberto. 2019.
https://www.ibccoaching.com.br/portal/lideranca-e-motivacao/teorias-da-motivacao 2/
Olá, pessoal. Tudo certo? No artigo de hoje trataremos sobre Dados e Informação para SEFAZ-SP.…
Neste domingo, 30 de junho, são aplicadas as provas do concurso CNJ (Conselho Nacional de…
Neste domingo, 30 de junho, são aplicadas as provas do Exame de Suficiência (CFC 2024.1).…
Neste domingo, 30 de junho, são aplicadas as provas do concurso Novacap para o cargo…
Olá, pessoal. Tudo certo? No artigo de hoje veremos um resumo sobre a Aplicação Penal…