Legislativo

Concurso ALE TO – Assistência Administrativa: recursos possíveis!

Após a aplicação das provas do concurso ALE TO (Assembleia Legislativa do Tocantins) no último domingo, 14 de abril de 2024, a FGV, responsável pela condução do certame, divulgou os gabaritos provisórios da etapa.

Com isso, os interessados poderão interpor recursos entre os dias 17 e 18 de abril. O Estratégia Concursos esteve presente durante toda a sua preparação, inclusive realizando a correção extraoficial. Agora, vamos te ajudar em mais essa etapa!

Nosso time de professores elaborou sugestões de recursos contra o gabarito provisório da seleção. Veja a seguir!

Concurso ALE TO – Assistência Administrativa: recursos possíveis!

Língua Portuguesa

Questão 1

GABARITO PRELIMINAR DA BANCA: LETRA B

GABARITO PRETENDIDO: LETRA C

FUNDAMENTAÇÃO:

A informação trazida na letra B está correta: a poetisa e o naturalista não foram estampados na moeda, e sim suas efígies; estas entendidas como representação plástica da imagem de alguém, segundo o dicionário Michaelis. Entretanto, na observação do estudioso, há uma discordância de tempo entre os verbos, o que chamamos de erro de correlação verbal (“eu PENSAVA que as moedas TRAZEM” — pretérito imperfeito do indicativo x presente do indicativo). O correto seria “eu pensava que as moedas traziam” (pretérito imperfeito do indicativo x pretérito imperfeito do indicativo). Como o comando da questão pede a análise das observações e a indicação da correta, a letra B não poderia ser o gabarito, pois o teor está correto, mas a escrita apresenta desvio gramatical.

Dessa forma, o único gabarito possível seria a letra C. O verbo “colocar”, de acordo com o dicionário Michaelis, é sinônimo de “pôr” em diferentes acepções. No entanto, é mais adequado utilizar o primeiro quando se refere a algo material  (ex.: colocar o livro na mesa). Já o verbo “pôr” é mais adequado para se referir a algo abstrato (ex.: pôr o assunto em dia). Além disso, o verbo “pôr” é o mais adequado para ser empregado como verbo suporte, formando com determinado substantivo uma unidade semântica: pôr em dúvida (= duvidar); pôr-se em fuga (= fugir); pôr-se de joelho (= ajoelhar-se). Assim, a expressão “pôr fim” seria mais adequada no lugar de “colocar fim”.

Com base nisso, solicita-se a alteração de gabarito.

Referências:

Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – Michaelis

Questão 2

GABARITO PRELIMINAR DA BANCA: LETRA E

GABARITO PRETENDIDO: ANULAÇÃO

FUNDAMENTAÇÃO:

A banca considerou a alternativa E como correta. De fato, quando o texto utiliza o advérbio “preferivelmente”, atribui valor às reflexões realizadas em ambientes solitários. No entanto,a letra C também está correta.

O pronome relativo “onde”, enquanto elemento anafórico, faz referência a locais ao ar livre, uma vez que retoma “montes solitários ou próximos ao mar” (exemplos de locais citados pelo texto para se pensar ao ar livre). Como a expressão “locais ao ar livre” não aparece entre aspas, ela pode ser compreendida como uma paráfrase de “montes solitários ou próximos ao mar”, não obrigando o referente a ser a literalidade dessa expressão.

Com base nisso, por haver dois gabaritos possíveis, solicita-se a anulação da questão.

Questão 3

GABARITO PRELIMINAR DA BANCA: LETRA C

GABARITO PRETENDIDO: LETRA B

FUNDAMENTAÇÃO:

Almeida (1995), em sua Gramática Metódica da Língua Portuguesa, registra a locução conjuntiva “seja que” como um conectivo que estabelece uma relação sintático-semântica de concessão (equivalente a “embora”, “apesar de”…). A expressão “seja lá” pode ser tomada como uma variação popular e atualizada daquela registrada por Almeida, conservando o mesmo valor concessivo. Portanto, a relação estabelecida em (D) é de concessão da primeira oração em relação à segunda, e não de explicação da segunda com a primeira.

Na alternativa B, apesar de a relação sintático-semântica entre as orações não estar explicitada por um conectivo, é possível depreender a relação de conclusão. Tanto o é que a inserção de conjunções conclusivas imediatamente antes da segunda oração preserva o sentido original do trecho: Quem crê é forte, logo quem duvida é fraco (esse é um raciocínio direto que encontra amparo na lógica aristotélica: A é B, C é A, logo C é B).

Vejamos:

Sócrates é homem, então é mortal.

Sócrates não é homem, então não é mortal (portanto, é imortal).

Aquele que crê é forte

Aquele que não crê (isto é, que duvida) não é forte (portanto, é fraco).

Com base nisso, solicita-se a mudança de gabarito.

Referência:

ALMEIDA, Napoleão Mendes de. Gramática Metódica da Língua Portuguesa. Ed. Saraiva, 1995 (44ª edição)

Questão 5

GABARITO PRELIMINAR DA BANCA: LETRA E

GABARITO PRETENDIDO: LETRA A

FUNDAMENTAÇÃO:

Na alternativa A, o verbo “mudar” foi empregado com concepções distintas. Na primeira ocorrência, “mudar” significa “alterar-se ou tornar-se diferente, física ou moralmente; tomar outra forma” (Dicionário Michaelis). Ou seja, é sinônimo de “transformar-se”.  Na segunda ocorrência, o verbo “mudar” refere-se à “troca de uma coisa por outra, nova ou diferente; substituição” (Dicionário Michaelis). Logo, os termos destacados em (A) não apresentam o mesmo significado.

Já na letra E, alternativa apontada como gabarito pela banca, o termo “dia” retoma “dias” empregado no primeiro período (é um dia dentre todos aqueles que foram vividos como sendo o último). Portanto, as duas ocorrências fazem referência ao período de 24 horas, apresentando o mesmo significado.

Com base nisso, solicita-se a mudança de gabarito.

Questão 7

GABARITO PRELIMINAR DA BANCA: LETRA C

GABARITO PRETENDIDO: LETRA D

FUNDAMENTAÇÃO:

Na letra C, não houve preservação do sentido; a substituição proposta implica problema estrutural de ambiguidade. No trecho original, “sem solução” indica estado (predicativo do sujeito “muitos problemas”). Na reescrita, “insolúveis” deixaria a frase ambígua, pois “insolúveis” poderia ser analisado como predicativo do sujeito (“insolúveis” como um estado transitório ou mudança de estado) e como adjunto adnominal de “problemas” (indicando uma característica inerente a “problemas”); neste último caso, o verbo “deixar” passaria a ter sentido de “abandonar”.

De acordo com o Dicionário Michaelis, “nexo” é a ligação entre ideias ou situações; coerência. Assim, “sem nexo” é o mesmo que “incoerente”. Consultando o verbete “desconexas” no mesmo dicionário, temos: aquilo que carece de coerência; desarticulado, ilógico, incoerente. Logo, a troca de “sem nexo” por “desconexas” se mostra adequada, pois preserva o sentido original do trecho.

Com base nisso, solicita-se a mudança de gabarito.

Referências: Dicionário Brasileiro da Língua Portuguesa – Michaelis

Raciocínio Lógico Matemático

Questão 12

Para pagar um lanche, Temístocles usou uma nota de R$20,00 e recebeu, de troco, uma nota de R$5,00, duas notas de R$2,00, nove moedas de R$0,50 e 3 moedas de R$0,25. O lanche custou a Temístocles

(A) R$5,25.

(B) R$5,75.

(C) R$6,25.

(D) R$6,75.

(E) R$7,25.

GABARITO PRELIMINAR: C

PEDIDO: ALTERAÇÃO PARA “B”.

Temístocles recebeu de troco:

1 x 5,00 + 2 x 2,00 + (9 x 0,50) + (3 x 0,25) = 5,00 + 4,00 + 4,50 + 0,75 = 14,25

Se ele usou uma nota de R$ 20,00 e recebeu R$ 14,25 de troco, então, a diferença entre esses dois valores, nessa ordem, indica quanto custou o lanche de Temístocles. Assim, o valor do lanche foi de

R$ 20,00 – R$ 14,25, ou seja, R$ 5,75.

Noções de Administração

Questão 34

Solicitar a revisão do gabarito preliminar da questão que versa sobre o controle estratégico dentro das organizações, na qual a resposta considerada correta foi designada como opção (A) “Balanço e relatórios financeiros”. Com base na literatura especializada e nos conceitos amplamente aceitos sobre gestão estratégica, argumento que a resposta correta deve ser a opção (D) “Controle orçamentário”.

Argumentação:

Definição de Controle Estratégico: Conforme discutido em várias fontes acadêmicas, o controle estratégico envolve medidas e práticas que asseguram que as atividades de uma organização estejam alinhadas com seus objetivos estratégicos de longo prazo. Diferentemente do controle operacional ou financeiro, que pode focar em resultados imediatos ou indicadores financeiros do exercício corrente, o controle estratégico busca direcionar a empresa rumo à consecução de suas metas estratégicas (Oliveira, 2002).

Natureza dos Balanços e Relatórios Financeiros: Balanços e relatórios financeiros, conforme indicado pela opção (A), são essenciais para a transparência financeira e são utilizados principalmente para avaliar a saúde financeira da empresa em um determinado período. Esses instrumentos são tipicamente retrospectivos e não possuem o foco direcionado para a implementação ou correção de estratégias de longo prazo, que é o cerne do controle estratégico.
Relevância do Controle Orçamentário: O controle orçamentário, mencionado na opção (D), é um processo pelo qual a empresa verifica se os recursos estão sendo utilizados conforme o planejado e se as ações estão contribuindo para os objetivos estratégicos. Este tipo de controle é proativo e orientado para o futuro, facilitando ajustes estratégicos e alinhamento contínuo com as metas de longo prazo (Anthony e Govindarajan, 2007).

Conclusão:

Com base no exposto e fundamentado pelas referências teóricas pertinentes, é evidente que a opção (D) “Controle orçamentário” representa com mais precisão o conceito de controle estratégico, conforme delineado na questão em discussão. Assim sendo, solicito que seja reconsiderada a resposta correta para esta questão, alterando o gabarito de (A) para (D), garantindo assim a justiça e a precisão na avaliação dos candidatos.

Referências:
Oliveira, D. de P. R. de. (2002). Planejamento estratégico: conceitos, metodologia, práticas. São Paulo: Atlas.
Anthony, R. N., & Govindarajan, V. (2007). Management Control Systems. McGraw-Hill/Irwin.

Questão 38

Solicito a anulação da questão que aborda os traços de liderança contemporâneos, cuja resposta preliminar divulgada foi a letra (E) “Coreógrafo”. Argumento que a questão deve ser anulada devido a ambiguidades nos termos utilizados e à inexistência de consenso acadêmico que suporte inequivocamente o termo “Coreógrafo” como um traço de liderança reconhecido na literatura contemporânea.

Argumentação:

• Ambiguidade e Falta de Consenso Acadêmico: O termo “Coreógrafo”, embora metaforicamente descritivo, não é comumente reconhecido na literatura de liderança como um traço específico. A liderança contemporânea, segundo autores como Northouse (2018), enfoca traços como integridade, autoconfiança, e habilidades sociais. O uso de “Coreógrafo” pode confundir candidatos ao sugerir uma analogia não padrão sem base teórica explícita em textos reconhecidos sobre o tema.
• Validade do Autoritarismo como Traço de Liderança: Além disso, o autoritarismo, mencionado na opção (D), continua sendo relevante na literatura contemporânea sobre liderança, especialmente em contextos onde decisões rápidas e firmes são necessárias. Autores como Howell (2012) têm discutido que, em situações de crise ou em culturas organizacionais altamente hierarquizadas, traços autoritários podem ser não só relevantes, mas necessários para a eficácia da liderança.
• Solicitação de Anulação: Devido à falta de clareza e ao uso de termos não padrão sem suficiente respaldo acadêmico, a questão falha em avaliar adequadamente o conhecimento do candidato sobre liderança contemporânea. A inclusão de um termo ambíguo como “Coreógrafo” e a exclusão de consideração válida de estilos como autoritarismo em contextos apropriados sugere a necessidade de anulação da questão.

Conclusão:

Baseado nos argumentos expostos, solicito a anulação desta questão da prova. A falta de clareza e o uso de termos metafóricos sem reconhecimento acadêmico claro, além de apontarem para duas alternativas possíveis (D e E), podem prejudicar a justa avaliação dos candidatos e a integridade do processo avaliativo.

Referências:
Northouse, P. G. (2018). Leadership: Theory and Practice. Thousand Oaks, CA: Sage Publications.
Howell, J. M. (2012). Snapshots of Great Leadership. New York, NY: Routledge.

Questão 41

Solicito a revisão do gabarito preliminar da questão que discute as ferramentas utilizadas no secretariado, especificamente sobre a definição de “follow-up”. O gabarito oficial aponta a letra E, “Local destinado à guarda provisória dos documentos que estão pendentes”, como a resposta correta. Contudo, argumento que esta definição não representa adequadamente o conceito de follow-up conforme entendido em contextos administrativos e gerenciais. Acredito que a resposta correta deveria ser a letra A, “Software gerenciador para organizar, planejar e lembrar os compromissos assumidos”.

Argumentação:

Definição de Follow-up: Follow-up, no contexto administrativo, refere-se ao processo de monitoramento e garantia de que as tarefas e compromissos sejam completados. É uma ação proativa que envolve revisão contínua e acompanhamento para assegurar que nada seja esquecido e que todos os objetivos sejam atingidos. Esta definição é amplamente suportada pela literatura especializada em gestão e práticas administrativas.

Impropriedade da Opção E: A opção E, que descreve um local para guarda provisória de documentos, embora relevante para a organização documental, não encapsula a dinâmica e a essência do processo de follow-up, apenas aponta para um arquivo primário ou corrente. Este termo é tradicionalmente associado a um conjunto de ações contínuas de acompanhamento, mais do que apenas a manutenção física de documentos pendentes.

Relevância da Opção A: A descrição dada na opção A ressalta a utilização de softwares gerenciadores que ajudam a organizar, planejar e recordar compromissos. Esta abordagem tecnológica é essencial no ambiente de secretariado moderno para garantir a eficácia e eficiência do acompanhamento de processos e tarefas, alinhando-se perfeitamente com a prática contemporânea de follow-up.

Conclusão:

Diante dos argumentos apresentados e com base na literatura relevante, solicito que a resposta correta seja alterada para a alternativa (A), refletindo com precisão o uso e a função do follow-up no contexto de secretariado e administração. Esta correção garantirá a validade e a justiça da avaliação, alinhando o teste com os padrões profissionais e acadêmicos reconhecidos.

Referência:
Souto, E. F. (2010). Eficiência na administração do tempo. São Paulo: Atlas.

Princípios da Administração Pública

Questão 55

A questão, do tipo 3 (amarela), apontou como gabarito preliminar a letra (C).

No entanto, a “qualidade da informação que pode ser conhecida e utilizada por indivíduos, equipamentos ou sistemas autorizados” é a DISPONIBILIDADE, consoante expressa definição no art. 4º, VI, da Lei 12.527/2011. Não se trata do conceito de “TRANSPARÊNCIA”, mencionado na letra (C).

Assim sendo, requer-se a ALTERAÇÃO do gabarito para a letra (E).

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Diogo Mendes

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