OIá alunos e alunas!
Infelizmente, o tempo foi curto e não tive tempo de fazer como gosto: comentar cada uma das questões. Vou abordar mais adiante as duas questões que considerei mais polêmicas e espero ajudar vocês em seus recursos.
A prova de domingo teve um nível razoável, principalmente se considerarmos a banca. Algumas surpresas, o que é sempre de se esperar em concursos para Comunicação.
Antes de seguir com as questões, saliento o seguinte sobre esse momento dos recursos: não tenha medo! Se você acha que a questão tem que ser revista, para ser anulada ou ter seu gabarito mudado, seja lá qual for o motivo (claro que estamos falando dentro da razoabilidade), aconselho você a submeter um recurso. O texto para recorrer não precisa ser uma tese científica, é claro que, se você tiver um trecho de um livro consagrado ou algo do tipo vai ajudar… Mas se você achar, simplesmente, que a questão ficou mau explicada, dúbia… Enfim, você pode questionar a própria construção do enunciado, desde que o faça com argumentos lógicos e claros. Não precisa enfeitar o texto, nem “encher linguiça”, ok?
Vamos às questões… temos a questão 36:
38. Fundamental na constituição e no gerenciamento da imagem de uma instituição, a comunicação organizacional, para tal, deve utilizar variados meios e estratégias, além de se fazer presente em múltiplos espaços, de forma dialógica.
Essa forma de se fazer presente significa a capacidade de uma empresa
(A) expressar-se e acolher opiniões dos interlocutores.
(B) abrir mão da publicidade em favor das relações públicas.
(C) praticar políticas corporativas inseridas na cultura da virtualidade.
(D) usar de modo linear e sucessivo os múltiplos suportes.
(E) descartar a maioria das informações expostas cotidianamente.
O enunciado diz que estamos falando do “gerenciamento da imagem de uma instituição”, portanto, “imagem institucional”. A banca assinalou a alternativa A como correta. Do meu ponto de vista, só podemos eliminar categoricamente as alternativas D e E, já que nessa forma dialógica de estar presente estrategicamente em múltiplos espaços, não podemos considerar o uso “linear e sucessivo” dos múltiplos suportes (mas circular e sincrônico), nem descartar a maioria das informações expostas cotidianamente, pois elas que serão o subsídio para a construção da comunicação organizacional.
Temos a alternativa A como uma realidade, sim, mas as alternativas B e C, também. Sobre a alternativa B, precisamos “invocar” Kotler. Como vimos em aula, o próprio “Guru do Marketing” ousou dizer que as empresas precisam investir mais em RP do que em propaganda. Para ele, as campanhas publicitárias podem ter algumas vantagens (como a possibilidade de ser mais “controlável”), mas a RP é mais barata e tem efeito a longo prazo. Logo podemos dizer que, sim, atualmente as empresas precisam ter a capacidade de abrir mão da publicidade em favor das relações públicas. Atenção! Não estou defendendo e nem mesmo dizendo que as RP devem aniquilar a publicidade, mas ceder mais espaço, “preferência”, interpretação que, ao meu ver, cabe na alternativa B.
Sobre a alternativa C, acontece um equívoco semelhante. A alternativa não está dizendo que a empresa precisa praticar políticas corporativas inseridas exclusivamente na cultura da virtualidade… Apenas diz que essa deve ser uma de suas capacidades, o que eu considero bem plausível.
Mais adiante nos deparamos com a questão 41, que merece reflexão detalhada.
41. A prática da atividade de relações públicas nas organizações revela que o papel dos gestores de comunicação nas organizações atuais é cada vez mais estratégico e que o planejamento ocupa um lugar decisivo na gestão da comunicação empresarial.
Sendo assim, observa-se que
(A) a atividade de planejamento requer uma visão global para identificar possíveis gargalos de eficiência e eficácia nos planos de comunicação.
(B) as práticas e processos devem fazer parte de uma cultura de procedimentos técnico-científicos que norteiam as decisões de relações públicas.
(C) o compromisso e o comprometimento da alta administração com a lucratividade do negócio são metas primordiais de todo planejamento de relações públicas.
(D) o planejamento estratégico geral da organização não fornece subsídios para a comunicação, sendo parcial na entrega de seus objetivos estratégicos.
(E) um planejamento de relações públicas deve ser reativo e pontual para responder a possíveis crises que possam abalar a imagem da organização.
O gabarito preliminar é a alternativa B, mas o meu entendimento é que a alternativa A também se encaixa! Para conseguir traçar objetivos de longo prazo, o planejamento estratégico deve ter uma visão global da empresa, como é feito na análise SWOT, justamente para conseguir se precaver de possíveis crises ou antecipar-se e estar preparado para aproveitar as oportunidades da melhor maneira. Talvez o examinador esteja considerando esta alternativa como errada por utilizar o termo “gargalo”, mas, mesmo assim, não acho que configure um erro, já que a atividade de planejamento pretende considerar as fraquezas e fortalezas da empresa.
É isso pessoal! Espero tê-los ajudado de alguma forma. Infelizmente não temos muito tempo para analisar as questões e debater sobre mais possibilidades de recurso… Agora, tempo e clareza de pensamento são tudo!
Boa sorte a todos!
Paolla Marletti
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