O chute direcionado pode valer a pena! Veja em quais situações o chute direcionado é vantajoso.
Olá pessoal, tudo bem?
Quem escreve é o Solino, engenheiro eletricista, Analista do Banco Central e mestre em Economia.
A banca Cespe está bombando, não é mesmo?!
Veja alguns concursos recentes desse banca:
Eu já fiz uma análise sobre o balanceamento de gabarito por disciplinas em provas do Cespe. Confira!
Nesse artigo, eu quero responder as seguintes perguntas, tendo por base a análise do último concurso da PRF:
Estatísticas descritivas
Para responder as perguntas acima, eu fiz uma análise estatística dos 1.200 melhores classificados na prova objetiva do último concurso da PRF.
Veja a tabela com as estatísticas descritivas dos itens errados e em branco desses candidatos.
O candidato que menos errou na prova errou uma questão. O que mais errou teve 16 erros. A mediana de erros foi de 8 questões.
Em relação aos itens em branco, diversos candidatos marcaram todos os itens e tivemos alguns que deixaram até 28 itens em branco. A mediana de questões em branco foi igual a 10.
Perfil dos candidatos
Para analisar o perfil dos candidatos, eu os dividi em quatro grupos:
O critérios que eu considerei para errar pouco foi errar menos do que a mediana de erros (8 erros) da amostra selecionada.
De maneira análoga, eu considerei 10 questões em branco (mediana das questões em branco) como critério de conservadorismo para a marcação de questões.
Resumo do perfil dos candidatos, tendo em vista a quantidade de questões erradas e em branco:
Perfil dos candidatos versus classificação na objetiva
Apresentamos, abaixo, a classificação dos 1.200º na prova objetiva da PRF de 2018. Para a exemplificação da classificação pelo perfil dos candidatos, eu desconsiderei a classificação regional e fiz apenas um ranking nacional.
Cada conjunto de barras representa um bloco de 100 candidatos. Temos as posições dos 100 primeiros candidatos até aqueles da posição 1.200º.
Note que o resultado do concurso da PRF é o esperado para os candidatos até a posição 100º. Ou seja, 67% dos primeiros cem classificados são do perfil Muito Conhecimento (erram e deixam menos questões em branco)
Por outro lado, observamos também que os candidatos mais atrás na classificação da objetiva são do perfil de mais erros e mais questões em branco (pouco conhecimento).
Veja que o perfil de candidatos para os candidatos classificados entre a posição 101º e 200º é equilibrado: temos praticamente a mesma proporção de candidatos Conservadores (33), Chute (33) e os de Muito Conhecimento (34).
A próxima parte é a mais interessante.
Veja que no grupo de candidatos das posições 201º e 300º há maior proporção do perfil de Chute.
Note que a proporção dos candidatos Conservadores é maior no grupo 401º e 500º.
Dessa forma, temos evidência que os candidatos entre as posições 201º e 500º que mais se arriscaram tiveram a tendência de se classificar melhor do que os candidatos mais conservadores.
Mas, tendo por base esse resultado, podemos concluir que sempre devemos chutar??
Confira dois casos estilizados para essa análise. Para isso, vamos supor a distribuição de questões por disciplina para o concurso da PCDF conforme está nos casos abaixo.
Caso do Alberto
Temos um indicador que Alberto pode se beneficiar do chute em português (marcar as duas questões em branco como erradas).
Além disso, ele pode rever com atenção seu o gabarito de direitos humanos, pois temos um desbalanceamento entre certas e erradas dessa disciplina.
Entretanto, se Alberto estudou bem Direitos Humanos, fez muitas questões anteriores e sente segurança da sua avaliação na prova, ele pode manter o seu gabarito conforme o marcado.
Caso do Bonifácio
Como Bonifácio não tem muito conhecimento em Inglês, não vale a pena chutar nessa disciplina, mesmo considerando um balanceamento pelo bloco das questões básicas ou mesmo o balanceamento de todas as questões. Pelo artigo de balanceamento de gabarito, existe a tendência do gabarito ser balanceado para as disciplinas.
De forma similar, não temos um indicador que mostre uma direção de chute para a disciplina Raciocínio Lógico-Matemático.
A melhor forma de se obter alto percentual de acertos em provas do CESPE é estudar bastante cada assunto do edital. Não existe mágica ou atalhos para a aprovação.
Entretanto, caso você se depare com questões das quais não possua maior segurança, considere a possibilidade de realizar um chute direcionado, levando em consideração o balanceamento de gabarito por disciplina.
Uma dica é você testar o seu chute direcionado em provas anteriores e avaliar o seu desempenho. Veja dicas concretas para isso no artigo do balanceamento de gabarito.
Observe que, quanto mais você tiver estudado um assunto, maior será a sua chance de ganhar pontos com o chute direcionado. Este parece ser o caso de Alberto na disciplina de Português.
Por outro lado, o chute direcionado pode não surtir nenhum efeito, como o caso do Bonifácio na disciplina de Inglês.
Nesta situação, sequer é possível identificar quais questões poderiam assinaladas como “certas” ou “erradas”, já que o candidato não tem noção alguma do conteúdo cobrado.
Ou seja, não vale a pena chutar quando não se sabe nem errar.
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Que artigo TOP! Solino sempre fazendo análises relevantes da banca Cespe. É de grande valia para nós. Muito bacana, vou testar!!!
Ótima artigo! Muito esclarecedor! Analisar estatisticamente sempre nos dá uma noção melhor das opções possíveis! Tudo que possamos fazer para obter uns pontos a mais é válido!
E nas provas da banca no estilo C ou E em que há um número fixo de questões para cada disciplina, já definidos no edital, como é o caso da prova da SEFAZ-DF, muda alguma coisa ou a banca continua fazendo o baleceamento entre C e E dentro de cada disciplina?
Olá Eder,
No caso da Sefaz/DF não muda o balanceamento, pelo contrário. Fica até mais fácil identificar as questões por disciplinas como o edital prevê e facilita a análise do balanceamento.
Recomendo que vc teste o balanceamento em provas anteriores e veja na prática para você, ok?
Abs e sucesso na SEFAZ/DF
parabéns!!! Excelente artigo, ;)