Olá, pessoal! A prova aplicada para o corpo de bombeiros foi bem simples e direta. Considero que há recurso de anulação em uma questão, por isso sugeri alguns argumentos e a indicação de referências. lembre-se de não copiar, pois não podem ser idênticos.
Sem mais delongas, vamos lá:
(CBM-PE 2024 As Invasões Holandesas)
1. Assinale a alternativa que apresenta aspectos relacionados aos anos da presença holandesa em Pernambuco no século XVII.
A) Em suma, foram anos de mais conflitos do que paz, pois, em um primeiro momento, houve a guerra para a tomada por parte dos holandeses e, depois, a retomada por parte dos portugueses.
B) Foi um período caracterizado por anos de poucos conflitos e grande pujança econômica para a região, principalmente pelo cultivo de arroz.
C) Teve como principal característica o convívio harmonioso entre holandeses e portugueses, o que levou ao crescimentoeconómico de Pernambuco.
D) A presença holandesa em Pernambuco foi marcada pela instituição de diversas igrejas católicas e combate ao protestantismo.
E) Os anos da presença holandesa em Pernambuco teve como uma das características a prática agrícola da policultura.
Comentários:
Passível de recurso de anulação, pois a alternativa [A] e [E] estão corretas.
O professor da UFPE Marcos Galindo chama de tempos da boa paz os anos entre 1637 e 1644, então foram mais anos de conflitos do que de paz. A produção era concentrada na produção da cana de açúcar, mas Nassau impôs a produção de alimentos, como a mandioca, que alimentava os escravizados, para a subsistência, e o plantio de alimentos é policultura, então há duas alternativas corretas, portanto, solicito a anulação da questão.
A alternativa A está correta. Se contabilizarmos o tempo de duração dos combates e tensões ocorreu mais conflitos que paz. É possível consultarmos nessa referência.
A alternativa E está correta. De acordo com Gilberto Freyre,
Maurício de Nassau foi “o primeiro que cuidou sistematicamente de libertar a economia brasileira produtora de açúcar, da monocultura, para desenvolver entre nós a policultura”.
Mello, José Antônio Gonsalves de. Tempo dos Flamengos: Influência da ocupação holandesa na vida e na cultura do Norte do Brasil. Prefácio Gilberto Freyre. São Paulo: José Olympio.1947
Na página 331 , deste guia de fontes sobre o Brasil holandês, cita pelo menos quatro leis que obrigavam os colonos a cultivar mandioca. Podemos consultar a Revista Angelus, da Universidade de São Paulo, o trabalho de Milena Fernandes Maranhos, que diz:
Maurício de Nassau enfrentou os mesmos problemas relativos ao parco abastecimento de víveres em Pernambuco, situação que o levou a adotar certas medidas para “obrigar os senhores de engenho a produzir farinha e hortaliças”41. Em 1637, a Câmara de Olinda informou ao governo holandês que os moradores plantariam pouca mandioca, “uma vez que todos os seus negros estavam empregados ou alugados para a plantação de canaviais”. A sugestão oferecida e acolhida foi a da obrigatoriedade da plantação de 200 covas de mandioca por cada negro existente nos engenhos, mais tarde aumentada para 500 covas. A resistência dos senhores de engenho em aderir a uma atividade que não estava diretamente relacionada com o açúcar foi constatada a partir do momento em que Maurício de Nassau mandava buscar a farinha “à força”42.
Milena Fernandes Maranhos. Duas partes do Império – São Paulo e Pernambuco na dinâmica do abastecimento interno da América Portuguesa entre os anos de 1580 e 1720. Revista Angelus Novus n°1, agosto de 2010.
Ainda segundo José Antônio Gonçalves de Mello, “uma das maiores oposições que Nassau teve de enfrentar no seu programa de impor a policultura, surgiu da parte dos senhores de engenho, justamente os que se sentiam mais atingidos pela inovação”. No ano de 1639, estes em conjunto com os lavradores “alegaram que não poderiam plantar, ao todo, 500 covas de mandioca por escravo” porque nos meses em que o plantio da raiz estava estipulado “os negros estavam ocupados com o corte da cana, o seu transporte, a moagem, etc”. Após a partida de Nassau, “e sobrevindo a insurreição, o problema criado pela falta de farinha tornou-se agudo”, e cada vez mais difícil de solucionar.
Incorretas:
B) Principalmente pelo cultivo de cana de açúcar.
C) O convívio foi tenso por todo o período, mesmo fora das guerras de conquista e expulsão, era grande a violência da colonização batava, com vários episódios de massacres.
D) Nassau instituiu a liberdade religiosa.
2. (CBM-PE 2024 Pernambuco nos Governos Militares)
Durante a gestão de Miguel Arras como prefeito de Recife e posteriormente como governador de Pernambuco, foi implementado o Movimento de Cultura Popular (MCP), o qual teve como um de seus propósitos.
A) buscar, por meio de atividades culturais combate ao crescimento de ideias vinculadas ao socialismo ou comunismo.
B) incentivar a produção teatral de grande porte em Recife e posteriormente em todo Pernambuco.
C) a alfabetização da população por meio de diversos meios e métodos, relacionados principalmente à arte.
D) propagar uma cultura dita mais popular em regiões mais nobres da capital pernambucana.
E) buscar apresentar valores da igreja católica em regiões mais pobres de Recife.
Comentários:
A alternativa correta é C. O Movimento de Cultura Popular (MCP) foi uma ação de propósito educacional, criado em 1961, por um grupo de intelectuais e artistas pernambucanos, na primeira gestão de Miguel Arraes.
Em um cenário de alto índice de analfabetismo no estado de Pernambuco, o movimento propunha a educação da população pobre de Recife, e a promoção do acesso à cultura popular.
Teve como inspiração o movimento francês Peuple et Culture, que propunha uma educação por meio da cultura popular.
A alternativa [A] está incorreta, pois o movimento teve o apoio de setores da Igreja Católica, do Partido Comunista Brasileiro,PCB, e de intelectuais da época.
A alternativa [B] está errada, pois o foco não era na produção teatral de grande porte, mas no combate ao analfabetismo por meio de eventos de cultura popular como festivais de cinema e teatro, semanas estudantis, festas dedicadas a cultura popular, valorizando a identidade regional. Seminários e congressos sobre temas culturais. Buscavam educar por todos os meios possíveis, como o rádio, cinema, artes plásticas, música e tradições da cultura popular.
A alternativa [D] está errada, já que o movimento teve foco nas periferias de Recife.
A alternativa [E] está errada, pois o movimento não tinha a promoção do catolicismo.
Fonte: http://memorialdademocracia.com.br/card/mcp-revoluciona-educacao-popular
3. (CBM-PE 2024 Cultura Pernambucana. Patrimônio Imaterial)
Assinale a alternativa correta referente a um doce típico da culinária pernambucana.
A) Barreado.
B) Bolo Souza Leão.
C) Ambrosia.
D) Torta Marta Rocha.
E) Quindim.
Comentários:
A questão aborda a culinária pernambucana e traz um dos pratos tradicionais dos festejos juninos do Estado de Pernambuco, como o Bolo Souza Leão. Este doce tornou-se Patrimônio Cultural e Imaterial do Estado de Pernambuco pela Lei n°13428 de 16 de Abril de 2008, sancionada pelo então governador Eduardo Henrique Accioly Campos.
Incorretas:
As demais alternativas apresentam culinárias de outros estados.
A alternativa [A] é uma carne do litoral do Estado do Paraná.
A alternativa [C] diz respeito a um doce que é popular em Goiás, inclusive, é cotado para se tornar Patrimônio Imaterial goiano .
A alternativa [D] menciona uma torta curitibana.
4. (CBM-PE 2024 A Revolução Pernambucana)
A Revolução Pernambucana também é conhecida como
A) Revolução dos Padres.
B) Revolução dos Botocudos
C) Revolução dos Guaraníticas.
D) Revolução dos Dragões
E) Revolução da Praça do Comércio.
Comentários:
A alternativa correta é A. Veja, a questão aborda a Revolução Pernambucana de 1817, um movimento de caráter separatista, republicano e com forte sentimento antilusitano, que ocorreu após a chegada da família real no Brasil. O movimento também tinha o nome de Revolução dos Padres, devido a participação do clero católico ter sido fundamental para a efetiva separação temporária que ocorrera.
A alternativa [B] e [C] estão incorretas, pois apresentam nomenclaturas que se referem a conflitos entre indígenas e ibéricos. A Guerra Guaranítica, por exemplo, foi um conflito envolvendo indígenas da tribo Guarani e tropas luso-espanholas, entre 1753 e 1756.
A alternativa [D] está incorreta, pois apresenta um movimento que ocorrera no Rio Grande do Sul.
A alternativa [E] também está errada ao mencionar um ocorrido do Rio de Janeiro.
5. (CBM-PE 2024 A Revolução Praieira)
Assinale a alternativa que apresenta corretamente o contexto em que ocorreu a denominada “Revolução Praieira”
A) A Revolução Praieira teve como cenário a queda da produção de açúcar na metade do século XVII.
B) Esse evento histórico teve como contexto os conturbados anos iniciais da República brasileira.
C) A Revolução Praieira esteve inserida nas disputas em Pernambuco entre apoiadores do regime do Estado Novo de Vargas e opositoresdeste.
D) Essa revolução teve como contexto os turbulentos anos do período regencial em que eclodiram diversas revoltas pelo país.
E) Essa revolução esteve inserida no contexto do segundo reinado, que tinha Pedro II como Imperador. e a anulação da revolta foi um sinal de força do Império.
Comentários:
A alternativa correta é a [E]. A Revolução Praieira é um movimento que ocorre pouco após o período regencial e o início do governo de D. Pedro II. Este foi um período de afirmação do Estado Imperial, e foi considerada a última a questionar a monarquia. Assim, conseguimos fazer a questão por exclusão dos diferentes períodos históricos que as alternativas mencionam.
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