Correção comentada e detalhada da prova de Geografia do CACD 2019, a primeira elaborada pelo IADES.
Olá, CACDistas! Tudo bem?
Gostaria de compartilhar com vocês meus comentários sobre a tão esperada prova de Geografia para o Instituto Rio Branco. Por ser a primeira elaborada pelo IADES, gerou apreensão em muitos alunos que, com toda a razão, se preocuparam (e muito!) por não conhecerem a nova banca.
A boa notícia é que no geral, foi uma prova justa, honesta e previsível, seguindo praticamente o mesmo formato das avaliações anteriores da CESPE e fazendo jus aos estudos de vocês – ainda que tivesse tido a cobrança de alguns aspectos específicos demais, conforme veremos adiante.
A primeira questão (número 23) versou sobre o planejamento territorial da Região Nordeste, um assunto que tratamos exaustivamente em nosso curso e que vocês poderiam responder tranquilamente sem grandes traumas.
A segunda questão (número 24) já era mais complicada, pois exigiu conhecimentos de Atualidades e Política Internacional, sobretudo sobre as relações Brasil-China. Não é nenhuma surpresa que a prova de Geografia dialoga intensamente com estas duas áreas, porém, houve alguns problemas de redação que poderiam facilmente confundir o aluno (veja abaixo as possibilidades de recurso e anulação).
A terceira questão (número 25) cobrou basicamente o REGIC do IBGE, aquele estudo sobre as redes de cidades do Brasil que mesmo sendo antigo, ainda continua sendo cobrado nas provas do CACD. Já foi um tema muito frequente, mas que caiu em desuso relativo nos últimos cinco anos. A julgar pela prova de 2019, parece que há uma tendência de retomada do assunto.
A quarta questão (número 26) foi sobre metropolização e desmetropolização do Brasil, um tema bastante frequente nas últimas provas. No entanto, é a primeira vez que a formação de metrópoles é cobrada do ponto de vista normativo. Sempre estudamos a parte teórica, porém, até então, nunca havia caído. Repare que foi a segunda questão de Geografia Urbana.
A quinta questão (número 27) foi a mais complexa da prova. Não necessariamente por ser difícil, mas sim, por exigir uma grande quantidade de informações, desde a dicotomia entre Mackinder e Mahan (um assunto já frequente para os CACDistas), até especificidades locais como, por exemplo, as fronteiras entre China e Índia ou o relevo dos Estados Unidos, que são conteúdos pouco usuais. Apesar de difícil, eu particularmente achei uma questão bem elaborada, pois sintetizou bem o papel do geógrafo na compreensão integrada dos aspectos físicos e geopolíticos.
A sexta questão (número 28) versou sobre a transição demográfica no Brasil, um assunto muito frequente nas provas do CACD. A grande surpresa negativa foi a cobrança de aspectos específicos como, por exemplo, as datas de transição no Brasil. Porém, no geral, foi uma boa questão.
Vejamos os detalhes abaixo.
QUESTÃO 23
No que se refere às transformações recentes na Região Nordeste, considerando as iniciativas de planejamento regional, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1) Nas primeiras décadas do século 21, a Região Nordeste desenvolveu uma maior capacidade de resiliência frente ao fenômeno da seca. Contribuíram para esse quadro, entre outros fatores, os investimentos em infraestrutura, permanência de políticas hidráulicas, novas políticas de convivência com a seca, urbanização da sub-região semiárida, maior capilaridade das políticas sociais de transferência de renda e políticas de crescimento econômico.
Nessa questão, o IADES manteve uma postura que a CESPE já tinha e que já comentamos aqui. Ambas as bancas possuem uma abordagem possibilista e consideram que os problemas naturais – como, por exemplo, a seca – não são justificativas para os problemas sociais. Uma vez que os problemas da seca foram contornados, pelo menos em parte, pelo poder público, as condições de vida no nordeste melhoraram.
Nas primeiras décadas do século XXI, o governo federal protagonizou uma série de programas sociais na região (Bolsa família, PRONAF, seguro-safra, luz para todos, etc.). Do mesmo modo, realizou investimentos em infraestrutura do qual o exemplo mais importante é a transposição do Rio São Francisco.
A questão também aponta um fenômeno que é “figurinha carimbada” no CACD – isto é, aquilo que cai praticamente todos os anos – que é o crescimento das cidades médias no Brasil, um fenômeno provocado principalmente pela desconcentração industrial e pelo fortalecimento da agroindústria. No caso do nordeste, esse fenômeno também teve influência desses programas sociais que ajudaram a manter o sertanejo na região. Gabarito: Certo.
2) O modelo de desenvolvimento industrial empregado por muitos estados da Região Nordeste priorizou a adoção de estratégias de atração de indústrias externas com financiamentos públicos via benefícios fiscais para a atração de unidades industriais.
De fato, esse foi o modelo de crescimento industrial empregado não somente na Região Nordeste, como também, em todo o território brasileiro. Isso caracteriza o que o Prof. Amado Cervo chamou de “Estado Logístico”, um modelo de desenvolvimento implantado no Brasil no início do século XXI, com o Estado fornecendo o suporte logístico e financeiro para a atuação do capital privado. Isto é, um Estado não tão enxuto como no modelo neoliberal, porém, não tão forte como no modelo desenvolvimentista.
Além disso, essa questão deixa bem evidente a questão da guerra fiscal e da integração das cadeias de produção global, aquilo que estudamos no fenômeno de globalização. A partir do momento que o capital pode circular com maior fluidez, é necessário, cada vez mais, que os Estados garantam a sua permanência. E esses benefícios fiscais são uma estratégia nesse sentido. Gabarito: Certo
3) Criada no Governo de Juscelino Kubitschek, a Superintendência de Desenvolvimento da Região Nordeste (Sudene) foi extinta definitivamente no Governo Fernando Henrique Cardoso. O encerramento das atividades da Sudene representou o fim de um ciclo de políticas públicas voltadas para o combate às disparidades regionais no Brasil.
De fato, A SUDENE foi criada durante o governo de JK e extinta durante o governo de FHC. Isso em dois contextos diferentes. Na época de sua concepção, havia a ideia de “crescer 50 anos em 5”, uma máxima adotada pelo “Plano de Metas” de Juscelino, um programa nitidamente nacional-desenvolvimentista. Sob essa perspectiva, a SUDENE serviria para orientar o desenvolvimento e o crescimento da região nordeste que já naquela época, apresentava inúmeros problemas sociais. No início do século XXI, ainda na gestão de FHC, a SUDENE foi extinta, dando lugar a Agência do Desenvolvimento do Nordeste (ADENE). Até aí, a questão está correta, porém, há dois erros que devemos comentar.
Primeiramente, a SUDENE não foi “extinta definitivamente”. Na verdade, o órgão foi recriado em 2007, na gestão de Lula. Portanto, foi uma extinção temporária e não definitiva. Em segundo lugar, não é verdade que a extinção da SUDENE marcou o “fim de um ciclo de políticas públicas voltadas para o combate às disparidades regionais no Brasil”. Afinal, conforme vimos no item anterior, foi justamente nas primeiras décadas do século XXI que o Estado brasileiro procurou implantar programas para sanar esses problemas. Gabarito: Errado.
4) Os focos dinâmicos da agricultura moderna no sertão nordestino estão diretamente associados à construção de perímetros públicos irrigados, tais como o de Nilo Coelho (PE), Curaçá (BA) e Tabuleiro de Russas (CE).
Agricultura irrigada no Nordeste é outra “figurinha carimbada”, um assunto que costuma cair muito no CACD. De fato, embora as condições pluviométricas não sejam favoráveis, o sertão do nordeste é um dos principais polos produtores de frutas do Brasil, inclusive, responsável por um grande volume de exportações. Até aí, questão tranquila.
A maior dificuldade dessa questão é identificar os perímetros públicos irrigados que são citados (Nilo Coelho, Curaçá e Tabuleiro de Russas). De fato, são três exemplos de irrigações provenientes do Rio São Francisco. A boa notícia é que não era necessário conhecer estes exemplos para acertar a questão. Nesse caso, a banca foi justa e não se preocupou com especificidades pequenas. Gabarito: Certo
QUESTÃO 24
O agronegócio no Brasil é bastante dependente da comercialização de commodities em mercados internacionais. A respeito da balança comercial de produtos agropecuários entre Brasil e China, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1) A guerra comercial envolvendo China e Estados Unidos causou repercussões diretas no comércio bilateral de produtos agropecuários do Brasil com o país asiático. O efeito mais visível foi o aumento substancial da comercialização de grãos (soja) a partir de 2018.
Para essa questão, conhecimentos de Geografia não bastavam. O aluno precisava estar informado sobre atualidades. O que é importante entender aqui é que o Brasil foi um dos países que se aproveitou da guerra comercial entre Estados Unidos e China.
Os Estados Unidos e o Brasil são, respectivamente, o primeiro e o segundo maior produtor de soja do mundo – de certa forma, portanto, são concorrentes em âmbito global. Como por conta da guerra comercial, os produtos norte-americanos passaram a serem taxados na China, os produtos brasileiros ficaram mais baratos. Por conta disso, a soja brasileira passou a ser a preferida de Pequim. Gabarito: Certo.
2) O comércio bilateral entre Brasil e China envolvendo produtos agropecuários é bastante longevo. Não obstante o aumento dos volumes e dos valores exportados, o patamar de exportações brasileiras manteve-se estável no século 21 com variação entre 5% e 10% do total exportado para a China. Ou seja, as principais modificações ocorridas estão relacionadas mais diretamente à diversificação de produtos com destaque para o crescimento explosivo da exportação de soja em grão em detrimento do açúcar e do café.
Ao contrário do afirmado na questão, as exportações do Brasil para a China não se mantiveram estáveis no século XXI. Na verdade, foi justamente o aumento desse fluxo que possibilitou o grande crescimento econômico que o Brasil encarou na primeira década do século, aquilo que os especialistas chamam de “efeito-China”. O que ocorreu, na verdade, foi um aumento expressivo das exportações do Brasil para o país asiático, tanto em percentuais quanto em valores absolutos. Foi nesse período, por exemplo, que a China ultrapassou os Estados Unidos como nosso maior parceiro comercial.
Além disso, a questão erra ao afirmar que há uma diversificação de produtos nessa relação. Na verdade, apesar do aumento do fluxo, o Brasil ainda continua exportando commodities para a China, especialmente soja e minério de ferro. Gabarito: Errado
3) A China exerce um papel importante no comércio internacional de alimentos no mundo e é o quarto país no ranking de exportação. No entanto, as trocas comerciais de produtos agropecuários com o Brasil ainda não apresentam valores significativos.
Uma questão extremamente complicada e mal escrita que, na minha humilde opinião, deveria ser anulada. O gabarito está “correto”, porém, há alguns erros.
Primeiramente, não está claro em qual “quarta posição” a China estaria. Levando em consideração dados do CIA Factbook, a China não é o quarto, mas sim o primeiro país no ranking de exportação global. Além disso, a China também é o país que o Brasil mais exporta, de acordo com dados do Observatório de Complexidade Econômica. Sendo assim, o país asiático está em primeiro lugar, tanto no volume de exportações global quanto no volume de exportações do Brasil.
Além disso, a questão diz que as trocas comerciais de produtos agropecuários com o Brasil “ainda não apresentam valores significativos”. Isso contradiz a própria questão anterior que afirma que o Brasil passou a exportar mais soja para a China a partir de 2018 por conta da guerra comercial. Na verdade, é bastante evidente para qualquer CACDista que há uma intensa troca comercial de produtos agropecuários entre os dois países.
Surpreenda-me que esse gabarito esteja “correto”. Minha sugestão é que entrem com recurso. Gabarito: Correto (?)
4) O escândalo da Carne Fraca não foi suficiente para abalar a liderança e o protagonismo do setor na balança comercial de produtos agropecuários entre Brasil e China. Uma explicação direta do sucesso da exportação de carnes para o país asiático é o aumento contínuo da demanda por proteína animal, bem como o avanço recente do número de casos da peste suína em 2019.
Mais uma questão de atualidades, desta vez, com uma pegadinha embutida. A questão tem algumas premissas corretas. Primeiramente, acerta ao dizer que o escândalo da Carne Fraca (uma operação da Polícia Federal em 2017 que investigou e puniu empresas do ramo que adulteravam a qualidade das carnes no país) não afetou significativamente as exportações do Brasil para a China.
Em segundo lugar, acerta ao dizer que o aumento de casos da peste suína – outro item de atualidades – estimulou a compra de carnes brasileiras. De origem africana, a doença chegou à China em 2018 e dizimou grande parte do rebanho suíno do país. Vale ressaltar que a carne de porco é a principal origem da proteína consumida no país asiático.
No meio de tantos acertos, é difícil encontrar o erro que caracteriza a “pegadinha” da questão. O gabarito está errado simplesmente porque embora o Brasil seja um dos maiores produtores e exportadores de carne do mundo, o setor de carnes NÃO exerce a “liderança” e o “protagonismo” na balança comercial entre Brasil e China. As carnes estão longe de liderar as nossas exportações para a China que são, em grande parte, caracterizadas pelo enorme fluxo de soja e minério de ferro. Gabarito: Errado.
QUESTÃO 25
O avanço da divisão técnica e territorial do trabalho e as transformações decorrentes das novas formas de comunicação ampliaram a organização em redes – de produção e distribuição, de prestação de serviços, de gestão política e econômica – cujos nós são constituídos pelas cidades.
Nesse contexto, a rede urbana brasileira definida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a partir do estudo Regiões de Influência das Cidades – REGIC (2007), destaca a concepção da complexidade das relações e interações espaciais entre as cidades brasileiras em suas diferentes tipologias e redes de influência entre centros urbanos, em alguns contextos de proximidade ou até mesmo de distância.
IBGE. REGIC. Rio de Janeiro, 2008, p. 9, com adaptações. Rede Urbana do Brasil, 2007 IBGE. REGIC. Rio de Janeiro, 2008, p. 12. (Figura ampliada na página 15)
A esse respeito, com base nas informações do texto e considerando a imagem da rede urbana brasileira apresentada, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1) São Paulo e Rio de Janeiro, maiores centros urbanos e principais centros financeiros e empresariais do Brasil e da América do Sul, são denominados metrópoles internacionais ou cidades mundiais pela respectiva influência sobre a vasta extensão do território brasileiro e sul-americano.
Embora seja antigo, esse estudo do IBGE já caiu em várias provas do CACD, inclusive em questões discursivas. De acordo com o REGIC, São Paulo é uma “grande metrópole nacional” e Rio de Janeiro e Brasília são “metrópoles nacionais”. Isso significa que, dentro da hierarquização típica da rede de cidades, possuem influência em todo o território nacional. Até aí, tudo bem.
O erro da questão está em dizer que São Paulo e Rio de Janeiro está no mesmo patamar de “metrópoles internacionais” ou “cidades mundiais”. Embora sejam relevantes em âmbito nacional, estas duas metrópoles não se projetam a nível global do mesmo modo que, por exemplo, Londres, Nova York ou Tókio – ainda que alguns estudos incluam São Paulo nessa categoria.
Mesmo que o REGIC considerasse São Paulo como uma cidade global, a questão estaria errada pelo fato de afirmar que uma “cidade mundial” possui influência sobre os territórios brasileiro e latinoamericano, dando uma ideia de restrição que não se aplica à realidade. Na verdade, cidades mundiais, conforme o próprio nome sugere, exercem influência em todo o âmbito global (pelo menos onde o meio técnico-científico-informacional faz-se presente) e não somente em uma região específica. Gabarito: Errado.
2) As cidades são economias abertas em que as estruturas produtivas têm ampla mobilidade e capacidade de transformação. A rede urbana brasileira apresenta um conjunto expressivo de cidades de porte médio, que desempenham papéis importantes na dinâmica atual do território brasileiro.
Mais uma questão fazendo jus a tradição do CACD de cobrar a importância das cidades médias na rede urbana brasileira. De fato, a rede urbana brasileira possui um grande número de cidades médias que, de acordo com o Censo de 2010, estão crescendo acima da média nacional – uma tendência que deverá se confirmar no Censo de 2020. Isso está vinculado aos fenômenos de desmetropolização, desconcentração industrial e também a reversão dos fluxos migratórios – como, por exemplo, a ruralização e a migração de retorno. Gabarito: Certo.
3) Brasília, pela própria função de capital da República, detém papel importante na gestão federal e na articulação entre as regiões brasileiras, sendo considerada uma metrópole de influência nacional.
Perfeito. Ainda que metrópoles como São Paulo e Rio de Janeiro sejam economicamente mais expressivas do ponto de vista financeiro, Brasília é uma metrópole nacional justamente porque é o maior centro de decisão política, territorial, orçamentária e legislativa do Brasil. As decisões que dali partem possuem capacidade de influenciar todo o território nacional, daí o título “metrópole nacional”. Apesar de a questão estar correta, devemos ter em mente que do ponto de vista da rede urbana global, Brasília não possui o mesmo peso de São Paulo, Buenos Aires ou Santiago. Gabarito: Certo
4) A ocupação rarefeita da Amazônia brasileira apresenta urbanização limitada a duas grandes cidades médias, Belém e Manaus, e uma rede dispersa de pequenas cidades de influência apenas local.
Essa questão é uma sequência de afirmações quase corretas. De fato, a Amazônia brasileira possui ocupação rarefeita, sendo de modo geral pouco povoada e populosa. Também é verdade que Manaus e Belém são, de longe, as duas maiores cidades do bioma. Inclusive, para termos uma ideia da importância delas, de acordo com o REGIC, toda a rede urbana da Região Norte (com exceção de parte do Tocantins) é influenciada por estas duas metrópoles. Também é verdade que há uma rede dispersa de pequenas cidades de influência local – ainda que essa seja uma situação que ocorre no Brasil todo.
O erro da questão, bastante sutil, está em afirmar que a urbanização da Amazônia está “limitada” a Manaus e Belém. Dentro dos próprios estados de Amazonas e Pará, a urbanização também ocorre em centros regionais como, por exemplo, Parintins e Santarém. Dentro da própria Amazônia, há outras capitais estaduais como Porto Velho, Rio Branco, Boa Vista, entre outras. É um erro, portanto, dizer que a urbanização da região norte é “limitada” a Belém e Manaus.
Outro erro é dizer que Manaus e Belém são “cidades médias”, pois são muito mais do que isso. Ainda que a questão não aponte qual o critério para definir o que é “médio” e o que é “grande” – um tema de muita discussão entre geógrafos – seria errado classificar duas enormes manchas urbanas em “cidades médias”. Gabarito: Errado.
QUESTÃO 26
Conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil apresenta, no ano de 2019, uma população total de aproximadamente 210 milhões de habitantes. Esse número expressivo revela questões importantes a respeito da distribuição da população pelo território nacional, bem como das implicações para a configuração intraurbana das cidades brasileiras, já que cerca de 84% da população vive em espaços urbanos.
Com base nessa informação, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1) As questões relacionadas à mobilidade urbana têm afetado, de forma negativa, a gestão e a capacidade competitiva das metrópoles brasileiras. A distância significativa entre bairros residenciais e as áreas centrais, concentradoras da oferta de postos de trabalho, tem gerado perdas de tempo e de recursos que afetam grande parte da população nessas metrópoles.
Questão fácil, tranquila, sem pegadinhas. De fato, deficiências na mobilidade urbana – que intensificam as migrações pendulares – são problemas graves das grandes cidades. Não há nenhum mistério em dizer que as áreas centrais concentram a oferta de postos de trabalho e que moradores das periferias afetados pelas formas de segregação residencial sofrem mais com transporte e locomoção. Gabarito: Certo.
2) O fator metropolitano ganha expressão na política pública brasileira na década de 1970, com a criação das primeiras regiões metropolitanas no ano de 1973. A partir da Constituição Federal de 1988, a criação das regiões metropolitanas passou do âmbito federal para a competência dos estados.
De fato, foi a partir de 1973 que as primeiras metrópoles foram criadas pelo Governo Federal. Dentre elas, São Paulo e Rio de Janeiro, as duas mais importantes do país. Conforme vimos nas aulas, a partir da Constituição de 1988, a criação de metrópoles passou a ser competência dos estados da federação. Por isso, a partir desse período, houve uma “explosão” desse fenômeno – inclusive, nos últimos anos, várias RMs foram criadas como, por exemplo, as de Ribeirão Preto (SP) e Sobral (CE).
Essa questão é importante para entendermos que a metrópole é uma unidade jurídica, algo normativo, diferentemente de uma área urbana concretamente perceptível no espaço geográfico. No geral, o critério para estabelecimento de uma metrópole é a dependência que os municípios-satélite têm de um município central, tanto no âmbito econômico-social quanto no aspecto territorial-ambiental. Gabarito: Certo.
3) Metrópole pode ser definida conceitualmente como espaços urbanos complexos e de grande extensão territorial e demográfica, acima de um milhão de habitantes e com diversos municípios de diferentes tipologias, tamanhos e níveis de integração, o que define o caráter metropolitano dessas aglomerações.
Ainda que não seja consenso entre os geógrafos que uma metrópole deva, necessariamente, possuir mais de um milhão de habitantes, a assertiva está correta. Mesmo que o limite populacional não fosse uma exigência, dada a sua própria essência, a verdade é que muito dificilmente uma metrópole teria menos que um milhão de habitantes. De fato, conforme aponta a questão, metrópoles possuem grande extensão territorial e demográfica, abrangendo diversos municípios diversos e dependentes entre si. Gabarito: Certo
4) As metrópoles brasileiras, em geral, têm apresentado um quadro de esvaziamento demográfico e desconcentração produtiva, perdendo população para novos centros dinâmicos: as cidades médias, que têm crescido em ritmo acelerado, recebendo infraestruturas produtivas e fluxos migratórios provenientes das regiões metropolitanas.
Cuidado com essa questão, há uma pegadinha clássica das provas de Geografia: a confusão entre desmetropolização e esvaziamento demográfico no Brasil. É verdade que as cidades médias estão crescendo em ritmo superior às grandes cidades – inclusive, as metrópoles de médio porte estão crescendo mais do que as metrópoles tradicionais.
Apesar disso, não podemos afirmar que estas metrópoles tradicionais estão perdendo população. O esvaziamento demográfico simplesmente não existe no Brasil. O que está acontecendo é que centros tradicionais como São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, estão tendo saldo migratório negativo, porém, ainda estão crescendo demograficamente de forma orgânica, vegetativa.
É verdade que cada cidade brasileira está em uma fase diferente de transição demográfica, mas isso não vem ao caso. O fato é que apesar das metrópoles tradicionais apresentarem atualmente mais pessoas saindo do que entrando nelas (desmetropolização e saldo migratório negativo), suas populações continuam crescendo (não há esvaziamento demográfico) e aí está o erro da questão. Gabarito: Errado
QUESTÃO 27
O terreno em que vivemos sempre nos moldou. Ele moldou as guerras, o poder, a política e o desenvolvimento social dos povos que habitam hoje todas as partes da Terra. A tecnologia talvez pareça superar as distâncias entre nós no espaço mental e físico, mas é fácil esquecer que o terreno em que vivemos, trabalhamos e criamos nossos filhos é importantíssimo, e que as escolhas dos que dirigem os sete bilhões de habitantes deste planeta serão sempre moldadas, em alguma medida, por rios, montanhas, desertos, lagos e mares que nos restringem – e sempre o fizeram. […]
Em termos gerais, a geopolítica examina as maneiras pelas quais os assuntos internacionais podem ser compreendidos por meio de fatores geográficos; não somente a paisagem física – as barreiras naturais ou conexões de redes fluviais, por exemplo –, mas também clima, dados demográficos, regiões culturais e acesso a recursos naturais. Fatores como esses podem ter um importante impacto sobre aspectos diferenciados de nossa civilização, de estratégia política e militar a desenvolvimento social humano, incluindo língua, comércio e religião.
As realidades físicas que sustentam a política nacional e internacional são desconsideradas, com demasiada frequência, tanto quando se escreve a respeito de história quanto na cobertura contemporânea da mídia acerca dos assuntos mundiais. A geografia é claramente uma parte do “por quê”, bem como de “o quê”. Ela pode não ser o fator determinante, mas, com certeza, é o mais subestimado.
MARSHALL, Tim. Prisioneiros da Geografia: 10 mapas que explicam tudo o que você precisa saber sobre política global. Rio de Janeiro: Ed. Zahar, 2018, p. 12-13, com adaptações. Com base nas relações entre a geografia e a política, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1) A atual fronteira sinoindiana é exemplo da falta de predominância de elementos naturais que dificultam o avanço de grandes colunas militares pelo território, tendo em conta que a rede hidrográfica que separa os dois países tem como sentido predominante o noroeste-sudeste. No entanto, o peso demográfico, aliado ao poderio nuclear desenvolvido por ambos os países a partir da segunda metade do século passado, desestimulou conflitos armados de grande escala entre a China e a Índia ao longo dos séculos 20 e 21, apesar de disputas fronteiriças recorrentes no sul e sudeste da Ásia.
Por ser uma questão bastante específica sobre as fronteiras da China e da Índia – algo que não costuma(va) cair no CACD – a banca “pegou leve” na resposta. O enunciado é complicado, mas para respondê-la bastava saber que entre os dois países existe a Cordilheira do Himalaia e que ambos disputam a região da Caxemira junto com o Paquistão. Vejamos:
Em primeiro lugar, ao contrário do afirmado, a fronteira sinoindiana NÃO é “exemplo da falta de predominância de elementos naturais que dificultam o avanço de grandes colunas militares pelo território”. Não existe essa “falta de predominância” porque a fronteira sinoindiana, em sua maior parte, acompanha a Cordilheira do Himalaia com certa regularidade. Ou seja, neste caso, o elemento natural exerce um papel bastante relevante: em ambos os países, a irregularidade topográfica do Himalaia impede que a região seja densamente povoada e militarizada.
Em segundo lugar, embora atualmente China e Índia se esforcem para estabelecer cooperações geopolíticas – a exemplo dos BRICS, do BASIC e do G20 – durante muito tempo, a relação entre os dois países não foi nada fácil, principalmente por conta das disputas nas regiões da Caxemira e do Tibete do Sul. Por isso, é errado dizer que o peso demográfico “desestimulou conflitos armados de grande escala entre a China e a Índia ao longo dos séculos 20 e 21”. Por muito tempo, a exemplo da Guerra Sino-Indiana, ambos os países têm se enfrentado militarmente nas regiões fronteiriças. Gabarito: Errado.
2) A Rússia, o maior país do mundo, é aproximadamente duas vezes maior que os Estados Unidos da América (EUA) ou a China e cinco vezes maior que a Índia. Estendendo-se por cerca de 170° de longitude, possui ampla fronteira terrestre com países europeus e asiáticos, bem como fronteiras marítimas com o Japão e os EUA. A profundidade territorial russa, que dificultaria ataques de potências marítimas, aliada à existência de recursos naturais e energéticos e de um relevo predominantemente plano, inspiraram Harlford Mackinder a formular a teoria da Área Pivô.
Embora os dados territoriais da Rússia estejam corretos, não é isso que explica o gabarito “correto” da questão (números muito raramente são cobrados na prova de Geografia do CACD). O “pulo do gato” é saber é a teoria de Mackinder, o geopolítico britânico que valorizava o poder terrestre da Rússia.
Ao contrário do norte-americano Mahan que valorizava o poder naval (citado na questão abaixo), o britânico Mackinder valorizava o poder terrestre. Para este, quem tivesse o domínio da maior parte das terras do globo, teria o domínio do mundo todo. Como a maior parte dessas terras está na Rússia, Mackinder estabeleceu o que ficou conhecido como “heartland” (coração da terra) ou “área-pivô” que abrangia justamente partes do território da Rússia e do Leste Europeu. A área geopolítica mais importante do planeta, portanto.
Por isso, quando a questão afirma que a “profundidade territorial russa dificulta ataques de potências marítimas” e que esse é um território rico em “recursos naturais e energéticos” está concordando com as teorias de Mackinder. Por essa perspectiva, além de rico em recursos, o heartland russo seria seguro devido à inacessibilidade. Gabarito: Certo
3) Os EUA consolidaram a respectiva massa territorial ao longo do século 19 e desenvolveram, durante o século seguinte, um poderio naval bioceânico, apoiado em bases navais e militares em ilhas do Atlântico e do Pacífico. O desenvolvimento de uma “marinha de águas azuis” estadunidense, inspirada pela teoria do poder marítimo de Mahan, teve como meta impedir eventuais invasões, sobretudo pela costa do Pacífico, região relativamente carente de barreiras físicas de porte, que pudessem servir de obstáculo natural ao acesso às áreas produtoras de alimentos do meio-oeste e aos grandes centros urbanos-industriais do leste.
Ao contrário de Mackinder, Mahan priorizava o poder naval afirmando que o país que possuísse o controle dos oceanos, também possuiria o controle do poder do global – a exemplo do que tivera sido o Reino Unido. Com essa ideia em mente, Mahan conseguiu prever o crescimento econômico e político dos Estados Unidos; afinal, por essa perspectiva, um país banhado por dois grandes oceanos e com poucos vizinhos naturais teria grandes condições de dar certo. De fato, com base nas ideias desse teórico, os Estados Unidos investiram significativamente em marinha, tanto no Pacífico quanto no Atlântico, inclusive, no próprio Canal do Panamá que possibilitaria a integração dessa grande frota. Até aí, tudo bem.
O erro da questão está em dizer que a costa do Pacífico é “relativamente carente de barreiras físicas de porte”. Na verdade, essa região é conhecida por abrigar as Montanhas Rochosas, uma grande cadeia que se estende por Estados Unidos e Canadá. Assim como no caso da Cordilheira dos Andes na América do Sul, as Rochosas configuram-se como um grande obstáculo à invasão militar. Ou seja, é errado dizer que a costa do Pacífico é “carente de barreiras físicas”. Gabarito: Errado.
4) As fronteiras modernas da China, com base em uma coerência geográfica – relevo e hidrografia –, garantem ao país pressupostos defensivos e comerciais eficazes. A Iniciativa Belt and Road, por sua vez, é uma estratégia para estabelecer fluxos de abastecimento energético inter e intracontinentais eficientes, com o objetivo de contornar os entraves físicos (estreitos, ilhas, entre outros) à navegação marítima chinesa, uma vez que a política de defesa do país privilegia o poderio territorial em detrimento de investimentos para o desenvolvimento de uma força naval capaz de atuar em águas internacionais.
Embora não sejam claros os critérios que a banca utilizou para definir o que seria “coerência geográfica”, a questão tem alguns erros nítidos. Primeiramente, a Iniciativa Belt and Road – ou seja, a reativação da Rota da Seda – não possui somente “objetivos energéticos”, conforme afirmado. Na verdade, é um misto entre objetivos energéticos, econômicos, geopolíticos, de infraestrutura, etc. Trata-se de um projeto de desenvolvimento em âmbito geral, com o propósito de projetar a China como potência mundial, integrando-a fisicamente aos demais países da Europa, África e Ásia.
Além disso, ao contrário do afirmado, os investimentos chineses não privilegiam somente o poderio territorial. A verdade é que o país também investe fortemente no poderio marítimo. Inclusive, a expansão marítima chinesa tem causado inúmeros problemas geopolíticos com os países do ASEAN, sobretudo no que diz respeito à construção de ilhas artificiais no Mar do Sul da China. Ao contrário do que a questão dá a entender, a China está cada vez mais atuante em águas internacionais.
QUESTÃO 28
A radical transformação ocorrida no padrão demográfico constitui uma das mais importantes modificações estruturais verificadas na sociedade brasileira, com reduções na taxa de crescimento populacional e alterações na estrutura etária, o que implicou no crescimento mais lento do número de crianças e adolescentes, paralelamente ao aumento da população em idade ativa e da população idosa.
SIMÕES, Celso Cardoso da Silva. Relações entre as alterações históricas na dinâmica demográfica brasileira e os impactos decorrentes do processo de envelhecimento da população. Rio de Janeiro: IBGE, 2016.
Considerando o texto apresentado, com relação à estrutura e à dinâmica da população brasileira, julgue (C ou E) os itens a seguir.
1) A fase atual de transição demográfica, também chamada de novo padrão demográfico brasileiro, é o resultado de intensas mudanças na dinâmica populacional – sobretudo no padrão reprodutivo da mulher brasileira, mais especificamente nos baixos níveis de fecundidade, o que deve ser visto como um fenômeno que ultrapassa o campo de interesse apenas demográfico e tem impactos econômicos e nas políticas públicas. Nesse sentido, nas últimas décadas, o que vem sendo observado é um gradual decréscimo da taxa de crescimento da população brasileira.
Uma questão aparentemente difícil, mas tranquila para quem estudou Geografia da População. Desde a década de 1960, o Brasil se encontra na terceira fase de transição demográfica, caracterizada pelo aumento da expectativa de vida, pela diminuição das taxas de fecundidade e natalidade e principalmente, pela diminuição do ritmo de crescimento populacional. De acordo com projeções da ONU, espera-se que o Brasil ingresse na quarta fase ainda no século XXI. Isso significa que o Brasil deverá estabilizar sua população, aumentar ainda mais a expectativa de vida e diminuir ainda mais as taxas de natalidade e fecundidade. Diante desta mudança, os idosos serão a maioria da população, o que deverá demandar políticas públicas específicas para a população desta idade. Gabarito: Certo.
2) As grandes transformações no padrão demográfico brasileiro começaram a ocorrer a partir da década de 1920, quando se nota um acelerado declínio dos níveis gerais de mortalidade, não acompanhado por um concomitante declínio da natalidade. Cabe mencionar, entre as causas que levaram à rápida redução da mortalidade, o impulso dado ao sistema de saúde pública, à previdência social, à infraestrutura urbana e à regulamentação do trabalho nas principais regiões do País a partir daquela década, bem como os avanços da indústria farmoquímica.
Aparentemente, a questão está certa, porém, há uma pegadinha muito maldosa aqui. As mudanças elencadas na assertiva começaram a ocorrer a partir da década de 1930 e não da década de 1920. Em decorrência da Crise de 1929 e da mudança de poder no Brasil da República Velha para a Era Vargas, houve desemprego no campo e incentivos à industrialização e urbanização do país, iniciando um longo período de êxodo rural que duraria até o final do século XX.
Foi na década de 1930 que o Brasil ingressou na segunda fase de transição demográfica, caracterizada exatamente pelos aspectos elencados na questão: o declínio das taxas de mortalidade sem necessariamente acompanhar a queda das taxas de natalidade (isso aconteceria somente na terceira fase). Os avanços elencados na questão – trabalhistas, farmacêuticos, etc – de fato ocorreram, porém, não tendo a década de 1920 como base. Gabarito: Errado.
3) Ao final dos anos de 1960, e principalmente durante a década de 1970, as transformações em curso na sociedade brasileira levaram a importantes alterações no comportamento reprodutivo. Entre essas transformações na sociedade, destacam-se: os fortes deslocamentos migratórios do campo para a cidade, levando à intensificação e à diversificação da urbanização; os avanços do processo de assalariamento da economia, com o engajamento crescente da mulher no mercado de trabalho urbano; e a disseminação de um modelo econômico voltado para o consumo de bens duráveis, em íntima associação com a generalização das relações de mercado e a elevação dos custos de reprodução familiar e social.
Um assunto que estudamos exaustivamente nas nossas aulas e que está plenamente correto. A partir da década de 1960, o Brasil se tornou mais urbano do que rural, fazendo com que o país ingressasse na terceira fase de transição demográfica. Essas transformações incluíram a intensificação dos fluxos migratórios, o assalariamento da economia, a inserção da mulher no mercado de trabalho e os demais aspectos corretamente elencados na questão. Gabarito: Certo
4) Até o final da década de 1970, a estrutura etária da população brasileira era sobretudo jovem. A tendência de estreitamento da base da pirâmide etária nas próximas décadas sugere que a participação do grupo de crianças e adolescentes de 0 a 14 anos de idade, que se manteve estável no total da população entre 1940 e 1970, iniciou, a partir de então, um processo de declínio. Tal queda se contrapõe ao incremento observado, não só nos grupos de idades adultas, mas também no grupo de idosos de 60 anos de idade ou mais, cujas participações vêm crescendo, no transcorrer dos últimos anos, apenas em termos absolutos.
Essa questão é aparentemente complicada, mas é só ler com calma que conseguimos respondê-la. Para quem estudou Geografia da População, fica fácil visualizar mentalmente as mudanças nos formatos de pirâmide etária descritos. A diminuição dos jovens na população é verdadeira e teve como causa dois fatores principais: o “estreitamento da pirâmide” mencionado na questão – ou seja, diminuição da taxa de natalidade – e, além disso, o aumento da expectativa de vida, o que manteve os idosos vivos por mais tempo. Portanto, é correto dizer que a participação do grupo de 60 anos de idade ou mais tem aumentado. Até aí tudo bem.
O erro da questão está na afirmativa de que a população de 0 a 14 anos de idade se manteve estável entre 1940 e 1970. Ora, se a população brasileira cresceu nesse período (primeiramente de forma expressiva entre 1930 e 1960 e, posteriormente, em ritmo menos elevado), isso significa que a quantidade de jovens e crianças também cresceu, pelo menos em número absoluto. Isso porque nem toda a população chega à velhice, mas todos foram crianças um dia. Uma questão quase correta, porém, com esse detalhe que “estraga” o resto. Gabarito: Errado.
Abraços e boa sorte!
Alexandre Vastella, professor de Geografia para o CACD do Estratégia Concursos.
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