Uma ação coletiva por danos morais foi protocolada por entidades representativas de auditores federais, estaduais e municipais contra o ministro da Economia, Paulo Guedes. A medida foi ingressada na Justiça Federal, em Brasília, no dia 05 de maio.
O ato se deu após, em fevereiro deste ano, Guedes comparar servidores públicos a “parasitas”, com a seguinte fala: “O cara (funcionário público) virou um parasita e o dinheiro não está chegando no povo”. Com isso, o ministro poderá ser condenado ao pagamento de indenização no valor de R$ 200 mil por danos morais.
Segundo a categoria, o valor será revertido para instituições de Assistência Social, que se destacam no combate à pandemia do novo Coronavírus (COVID-19) no país. A ação coletiva é assinada pelas seguintes empresas:
Durante evento ocorrido na Fundação Getúlio Vargas, no Rio de Janeiro, em 07 de fevereiro de 2020, o ministro da Economia, Paulo Guedes, polemizou ao comprar o servidor público a um “parasita”. A analogia foi feita ao defender a proposta da reforma administrativa.
“O funcionalismo teve aumento de 50% acima da inflação. Tem estabilidade de emprego, tem aposentadoria generosa, tem tudo. O hospedeiro está morrendo, o cara virou um parasita. O dinheiro não chega ao povo e ele quer aumento automático. Não dá mais.”
Na época, em nota, a assessoria de imprensa da pasta ressaltou que a declaração foi “retirada do contexto”.
“O ministro lamenta profundamente que sua fala tenha sido retirada de contexto pela imprensa, desviando o foco do que é realmente importante no momento: transformar o Estado brasileiro para prestar melhores serviços ao cidadão”.
“Ele falou sobre entes da Federação que estão com despesas acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Nessa situação extrema, não sobram recursos para gastos essenciais em áreas fundamentais como saúde, educação e saneamento”, completou.
O ministério disse, ainda, que Guedes argumentou que o país não pode continuar com “políticas antigas de reajustes sistemáticos”, que fazem com que “os recursos dos pagadores de impostos sejam usados para manter a máquina pública em vez de servir à população”.
Dois dias após a fala polêmica, o ministro Paulo Guedes pediu desculpas por usar o termo “parasita” ao se referir a servidores. A mensagem de retratação foi encaminhada, via WhatsApp, para jornalistas, auxiliares, amigos e interlocutores do governo.
“Eu me expressei muito mal e peço desculpas não só a meus queridos familiares e amigos mas a todos os exemplares funcionários públicos a quem descuidadamente eu possa ter ofendido”, escreveu o ministro.
Guedes pontuou que não se referia aos servidores. “Falava dos casos extremos em que municípios e estados gastam todas as receitas com salários elevados, de modo que nada sobrava para educação, segurança, saúde e saneamento”, finalizou.
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