Saiba quais são as principais Alterações do Sistema Musculoesquelético que podem ocorrer de maneira Fisiológicas durante o processo de envelhecimento, neste artigo daremos ênfase naquelas modificações que mais aparecem em provas de Concurso e Residência de Fisioterapia.
O envelhecimento é um processo fisiológico e natural inerente a todo ser vivo. No processo de envelhecimento existem alterações fisiológicas do envelhecimento que provocam mudanças significativas e que acometem as dimensões corporais. Entre as mudanças mais significativas, podemos citar: peso, estatura, e índice de massa corporal. Essas mudanças são influenciadas por fatores genéticos, hormonais, psicossociais, hábitos gerais dos indivíduos e inúmeros tipos de doenças crônicas adquiridas com o avanço da idade.
A diminuição da estatura é decorrente da compressão vertebral, estreitamento dos discos, e cifose com prevalência no sexo feminino, após os 45 anos devido à diminuição da massa óssea que leva a osteoporose pós-menopausa.
O peso corporal começa a aumentar por volta dos 45 a 50 anos, estabilizando- se aos 70 e depois tem um declínio significante por volta dos 80 anos. Esse declínio de peso é multifatorial e está relacionado com fatores hormonais, uso excessivo de medicamentos, sedentarismo, estresse, diminuição da força muscular, diminuição da massa óssea e muscular, maior índice de fadiga, diminuição do fluxo sangüíneo cerebral, diminuição da flexibilidade e agilidade, diminuição da mobilidade articular e do equilíbrio e da coordenação motora. Com todas essas perdas e anomalias trazidas pelo envelhecimento pessoas idosas acabam se afastando da sociedade por receio e preconceito.
Com essas mudanças no peso e na estatura o IMC acaba sendo comprometido. Há uma diminuição da massa magra e modificação no padrão de gordura corporal, onde o tecido gorduroso dos braços e pernas diminuem, mas aumenta no tronco e há diferença de idade entre os sexo para o pico de IMC.No homem o IMC atinge seu pico máximo entre 45 a 49 anos tendo em seguida um ligeiro declínio.Já nas mulheres o IMC atinge seu pico máximo entre 60 a 70 anos. Os valores do IMC acima da normalidade estão relacionados com maior mortalidade por doenças cardiovasculares e diabetes enquanto que índices abaixo dos valores normais aumentam o mortalidade por doenças respiratórias, infecciosas e câncer.
Existe maior risco de mortalidade com IMC alto aos 50 anos e com IMC baixo acima de 70. Entretanto estudos mostraram, contrastando o que foi acima citado que, idosos com IMC alto aumentam a mortalidade por doenças cardiovasculares independente do nível de atividade física, estilo de vida e dieta.
Os fenômenos da dimensão corporal dentre as Alterações Fisiológicas do Envelhecimento mais estudados são: diminuição da massa livre de gordura, incremento da gordura corporal e a diminuição da densidade óssea. O ganho de peso corporal e o acúmulo de gordura corporal são resultados do padrão genético, mudanças alimentares, de atividade física, da idade ou da interação de todos esses fatores. A diminuição de 10% da taxa metabólica a cada década não explica o aumento de gordura com a idade. O aumento de gordura nas primeiras décadas e a diminuição da gordura nas últimas décadas do envelhecimento sugere que há uma substituição de gordura subcutânea pela gordura visceral e a maior sobrevivência de idosos mais magros.
Há modificação no padrão de deposição de gordura com o avanço da idade de forma que há uma redistribuição de gordura dos membros para o tronco tornando-se mais centralizada e assim é comum aparecer mais gordura visceral abdominal do que intramuscular nos membros inferiores
O acúmulo de gordura em relação ao sexo é caracterizado por: Padrão andróide, gordura é estocada primeiramente no tronco, tórax, costas e abdômen, nos HOMENS. Com o passar do tempo a gordura subcutânea diminui na periferia, aumenta centralmente e internamente (40% do aumento da gordura intra-abdominal acontece na quinta década da vida). Já nas MULHERES prevalece o padrão ginecóide, a gordura é acumulada no quadril e nas pernas. A gordura subcutânea permanece estável até 45 anos. O aumento na gordura corporal total acontece, preferencialmente, por acúmulo de gordura corporal interna e intramuscular.
Outra mudança importante é a perda de massa mineral óssea. Sendo uma consequência inevitável do envelhecimento, no homem ela se inicia aos 50/60 anos a uma taxa de 0,3% ao ano. Na mulher o início é mais precoce e acentuado, sendo dos 45 aos 75 anos, a uma taxa de 1% ao ano. Essa perda de massa óssea está associada não somente ao envelhecimento, mas a fatores como estado hormonal, o nível de atividade física, genética e estado nutricional, sendo os dois primeiros a principal justificativa para a perda de massa mineral óssea.
Também fará parte das Alterações Fisiológicas do Envelhecimento as mudanças na musculatura esquelética. Entre os 25 e 65 anos de idade, há uma diminuição substancial da massa magra ou massa livre de gordura de 10 a 16%, por conta das perdas na massa óssea, no músculo esquelético e na água corporal total, que acontecem com o envelhecimento.
A excreção de potássio tem sido uma das formas de analisar a perda da massa livre de gordura, pois grande parte dela está presente no tecido muscular.
Os componentes de mineral, água e proteína da massa livre de gordura descresce em mulheres idosas e nos homens (menos que as mulheres), sendo que o maior decréscimo ocorre da faixa dos 70-79 anos de idade aos 80-89 anos
Embora a massa magra inclua água, vísceras, osso, tecido conectivo e músculo, é este último que sofre a maior perda com o processo de envelhecimento.
Apesar da dificuldade em medir adequadamente a massa muscular, em seres humanos, estimativas usando a excreção urinária de creatinina indicam perdas dramáticas de quase 50%, entre os 20 e 90 anos. Da mesma forma, análises com potássio corporal relatam perdas em homens e mulheres de 3-6% por década ou praticamente, 3kg de massa livre de gordura por década, sendo que essa perda é maior (1,5 vezes) no sexo masculino do que no feminino
As principais causas apontadas como responsáveis por essa perda seletiva da massa muscular são a diminuição nos níveis do hormônio de crescimento, que acontece com o envelhecimento e a diminuição no nível de atividade física do indivíduo.
Outros fatores nutricionais, hormonais, endócrinos e neurológicos estão também envolvidos na perda da força muscular, que acontece com a idade.
A sarcopenia foi associada, em ambos os sexos, a três a quatro vezes mais chances de incapacidade física, independente da idade, sexo, raça, nível sócio-econômico, doenças crônicas e hábitos de saúde.
A perda da massa muscular e consequentemente da força muscular é a principal responsável pela deterioração na mobilidade e na capacidade funcional do indivíduo que está envelhecendo, tendo como consequências funcionais no andar e no equilíbrio, aumentando o risco de queda e perda da independência física funcional, mas também contribui para aumentar o risco de doenças crônicas, como Diabetes e osteoporose.
A perda da massa muscular é associada a um decréscimo na força voluntária com um declínio de 10-15% por década, que geralmente se torna aparente somente a partir dos 50 a 60 anos de idade, chegando a 50% nos mais idosos.
A redução de velocidade da contração muscular pode ser devida, em parte, à menor contribuição/ substituição das fibras do tipo I para a contração rápida. Sendo essa redução, a capacidade reduzida do músculo para a potência ou produção rápida de força, agravando o impacto da fraqueza muscular na mobilidade do idoso, assim, exacerbada por algumas condições clínicas que afetam esse grupo, como o AVE, Parkinson, Alzheimer, artrites, neuropatias periféricas, entre outras.
O que está claro é que a fadiga muscular, que pode limitar o desempenho, depende de variáveis ligadas à tarefa executada, como a motivação do indivíduo, o padrão da ativação muscular, a intensidade e duração em que a atividade contínua for mantida.
Pode-se explicar multifatorialmente a perda de força muscular com o aumento da idade de acordo com os seguintes mecanismos: 1. Musculares: como a atrofia muscular, alteração da contratilidade muscular ou do nível enzimático; 2. Neurológicos: como a diminuição do número de unidades motoras, mudanças no sistema nervoso ou alterações endócrinas; 3. Ambientais: como o nível de atividade física, má nutrição ou doenças.
Logo, conclui-se que as pessoas que se mantêm fisicamente ativas têm menores perdas de massa muscular.
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