Artigo

Preguiça no estudo para concursos – Parte I

Confira nesse artigo formas diferentes de identificar a preguiça no estudo para concursos públicos e não deixe que ela te impeça de estudar!

Olá, concurseiro! Tudo bem?

Me chamo Nathália Reyes, fui aprovada em 2º lugar no concurso do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, no ano de 2019, e sou coach do Estratégia Concursos.

Hoje, abordarei um assunto que é uma queixa muito comum dos concurseiros: a preguiça no estudo para concursos.

Você se considera preguiçoso?

Durante o tempo de estudo, muitos reclamam que sentem “preguiça” de estudar, e não são poucos os que deixam que o desânimo os contamine a ponto de impedi-los, em muitos dias, de simplesmente iniciarem suas atividades.

Muitas vezes, porém, isso não acontece conscientemente: é possível que você crie justificativas {ou desculpas} que, sob um primeiro olhar, pareceriam razoáveis, mas que revelam, na verdade, uma grande preguiça.

A preguiça é, de forma resumida, a resistência ao esforço. Essa resistência muitas vezes se manifesta como uma busca pelo caminho mais fácil, ainda que não se trate da opção ideal. Porém, no fundo sabemos que para passar em um concurso concorrido não adianta tentar atalhos: é preciso enfrentar, com resiliência e, claro, esforço, uma trajetória árdua, eventualmente solitária, mas, no final, recompensadora.

Ok. Que a preguiça é algo que pode atrapalhar bastante o nosso estudo todos nós já sabemos. Mas, até então, você pode estar acostumado a perceber apenas a sua forma mais corriqueira de manifestação. Por outro lado, o que pretendo mostrar, nesse artigo, são outras faces da preguiça, ou seja, algumas formas como ela pode estar se manifestando no seu cotidiano (e tornando você um grande preguiçoso) sem que você perceba.

Tomar consciência disso é o primeiro passo para, enfim, sair da inércia, vencer a preguiça no estudo e conseguir obter melhores resultados.

A preguiça no estudo do falso equilibrado

Você já deve ter ouvido por aí que, quando estudamos para concurso, devemos manter o equilíbrio. Ou seja: não podemos exagerar na intensidade de estudo, no número de horas estudadas, a ponto de não conseguirmos manter a constância para obtenção de um bom resultado a médio ou a longo prazo.

Isso é verdade: de nada adianta estudarmos 8 horas líquidas durante uma semana inteira se, na seguinte, estivermos tão exaustos que não consigamos nem mesmo resolver meia dúzia de questões.

O equilíbrio, nesse sentido, é fundamental para mantermos nosso rendimento. No entanto, se não nos atentarmos bem, podemos correr o risco de, em prol de um “equilíbrio” a ser conquistado, cairmos num grande comodismo.

Equilibrado x Acomodado

O equilibrado que estuda pela manhã e pela tarde reserva o turno da noite para uma atividade física; separa um período do seu dia para estar com a família; decide deixar um dia da semana livre para descanso ou lazer.

Por sua vez, o acomodado supervaloriza seu próprio esforço e acredita que “merece” muitas saídas; posterga constantemente suas metas, pois entende que deve pegar mais leve enquanto o edital não sai; diz que não quer estudar para um “cargo maior” pois ainda não tem bagagem suficiente, mas perde a oportunidade, a cada dia, de entregar o seu melhor e, quem sabe, conseguir estudar tudo aquilo que está previsto no edital.

Durante minha trajetória de estudos, busquei cumprir, com exatidão, as metas que havia me estabelecido. Não esperava surgir motivação para dar seguimento no meu cronograma. Entendia que nos dias em que eu ficasse doente não seria possível estudar, mas que aqueles em que o desânimo me desafiava eram a maior oportunidade para eu me superar.

Não me importava com o fato de eu já estar há muitas horas estudando, se estava um dia lindo lá fora ou se era véspera de feriado: não há espaço para sentirmos pena de nós mesmos nesse processo. Se você, assim como eu, tem a oportunidade de se dedicar para o seu projeto, para aquele concurso que tanto quer, cada oportunidade deve ser encarada como um grande presente.

No fim das contas, esgotei o edital pouco tempo antes da prova e era recém o segundo concurso que faria: se me apegasse nisso, talvez eu duvidasse da aprovação. Mas procurei acreditar, primeiramente, no investimento que fiz, dia após dia, semana após semana, para o meu objetivo.

Saindo da zona de conforto

Querido concurseiro: não peque por menos. Não leve o estudo de uma forma morna, arrumando mil justificativas que, no fim, demonstram uma simples e grande preguiça. Entregue o seu melhor a cada dia! Planeje uma rotina com alguma flexibilidade de horários, sim, e não eleve tanto a ansiedade caso restem pendências, mas prometa a si mesmo um estudo com intensidade: dedique-se ao máximo para cumprir suas metas, acredite que pode fazer muito nas 24 horas do dia.

Talvez aquele ponto do conteúdo que você está postergando para estudar seja justamente o conteúdo que será abordado no concurso que você vai passar. Não renuncie a um esforço verdadeiro, a uma entrega de corpo e alma para alcançar a sua aprovação. Entregue-se por inteiro a essa jornada.

A preguiça no estudo do falso ocupado

Quando o edital de um concurso bom sai, vemos o quanto as pessoas se mobilizam para estudar. Aquele que dizia já estar com a rotina lotada, arranja horas do seu dia para ler o Código. O que vivia dizendo que tinha dificuldades para acordar cedo, de repente se vê levantando da cama rapidamente ao ouvir o som do despertador. Há, ainda, aqueles estudantes que afirmavam que não revisavam porque não tinham tempo, e que se percebem encaixando diversas revisões antes de dormir.

Então, pergunto: onde estava todo esse período disponível? Não estava aí o tempo todo?

Quem é o falso ocupado?

Talvez os concurseiros mais “ocupados” ousem dizer que não são atingidos pela preguiça. Como chamar de preguiçoso alguém que “se divide em vários” no dia-a-dia, em busca de dar conta das suas diversas demandas cotidianas?

Temos que reconhecer que muitos fazem esforços extraordinários para conseguirem estudar: levantam bem cedo, assistem aulas logo após o trabalho, enfrentam noites mal dormidas para atenderem os filhos, e por aí vai. São ações portadoras de um tremendo significado e das quais esses estudantes irão se orgulhar bastante logo ali na frente, quando a aprovação chegar.

Entretanto, não podemos afirmar que a preguiça no estudo não possa lhes atrapalhar também.

Vejamos esse exemplo fictício: durante a semana, José trabalha 8 horas por dia. Chega em casa exausto, toma um banho e estuda 2 horas. Esse período, para José, é de bastante dedicação. Por conta disso, nos finais de semana, José se permite uma folga total, para “descansar bem”.

Nesse cenário, quando alguém questiona José sobre a possibilidade de ele estudar 1 hora pela manhã antes do trabalho ou sobre a chance de ele dedicar algum turno do seu final de semana para o estudo, José alega: “Não tenho tempo”, refletindo sobre o quanto ele é dedicado por já se empenhar durante todos os dias úteis.

Veja bem: não há problema algum em pensar como José. Ninguém precisa, para estudar para concursos, encarar uma rotina com intensidade demasiada. Cada um pode, e deve, estudar no seu ritmo. Mas vamos nos atentar para darmos o nosso melhor naquilo que queremos: se o que você mais quer, atualmente, é passar em um concurso público, não subestime o seu potencial! Não supervalorize o seu atual esforço a ponto de deixar de se empenhar ainda mais, no tempo que ainda lhe resta.

Faça algo a mais

Todos os que foram aprovados lidaram com dificuldades pelo caminho, alguns carregaram pesos maiores, outros enfrentaram imprevistos menores, mas todos, sem exceção, fizeram algo “além”. Não deixe que o medo do sacrifício lhe impeça de refletir sobre isso, nem que a preguiça – que a todos aparece – lhe impeça de agir.

Se o seu maior sonho é ser aprovado, reveja as vezes em que você afirma que “não tem tempo”: será mesmo que não cabe mais um esforço por aí? Para ler o Código, resolver 10 exercícios, ou incluir uma atividade física para aliviar a ansiedade: mais algumas horas da semana dedicadas ao seu grande sonho pode encurtar ainda mais o prazo para que você o realize.

A preguiça no estudo e o uso das redes sociais

No exemplo dado acima, do estudante José, também é possível que a preguiça se manifeste como uma falsa exaustão. Quantas vezes dizemos que não temos tempo para mais nenhuma página de aula e, logo após, passamos um longo tempo no celular, acessando as redes sociais? E quantas vezes dizemos que não conseguimos acordar mais cedo, porque estávamos muito exaustos, mas esquecemos que, na noite anterior, fotos dormir tarde sem real necessidade?

A preguiça no estudo do falso bem intencionado

Você até estudaria para o concurso X, mas o edital já vai sair e não dá mais tempo… Você até terminaria o dia assistindo a uma videoaula, mas a internet está com mau sinal, então não há mais nada que se possa fazer… Você até resolveria mais exercícios, se não fosse o barulho que estão fazendo na sala…. Você até terminaria as suas metas do dia, mas…

Já parou para pensar em quantas desculpas você pode estar arranjando para, simplesmente, encobrir uma simples e pura preguiça?

Falar tais frases, usando o futuro do pretérito, até pode soar bem, ao demonstrar uma boa intenção sua, mas agir assim pode fazer com que você perca tempo demais esperando as “condições ideais” para estudar, sendo que, convenhamos: no fim das contas, pode ser que elas nunca cheguem.

No meu caso, lembro de decidir que iniciaria os meus estudos dia 1º de fevereiro de 2018, considerando que minha formatura seria dia 20 de janeiro do mesmo ano. No dia 31 de janeiro me questionei: por que esperar até amanhã? Não fazia sentido aguardar apenas para iniciar “no início do mês”.

A preguiça no estudo e a espera da hora exata

E, infelizmente, é assim que agimos muitas vezes: esperamos a hora exata, a segunda-feira, o dia primeiro, o início do ano. Quanto tempo perdido com a desculpa de que estamos esperando o momento melhor.

O mito do tempo ideal

O tempo ideal, concurseiro, é agora. Postergar o começo, a continuação ou a finalização de uma atividade só atrasará ainda mais o seu sonho. O tempo propício não chegará jamais para aquele que é atrapalhado pela preguiça (muitas vezes, como vimos, sem nem perceber). E, assim, pode ser que passem semanas de oportunidades perdidas.

Quando o tempo passar, e não for mais possível você estudar com afinco, lamentará por não ter iniciado hoje uma rotina com mais seriedade e disciplina. Não confunda prudência com comodidade, circunstância propícia com circunstância utópica. Encare a sua realidade, hoje, e extraia dela o melhor estudo que você puder.

Queira e comece

No livro “A educação da vontade”, de Jules Payot, o autor afirma que “a causa de quase todos nossos fracassos, de quase todos os nossos males, é uma só: a fraqueza da vontade. É nosso horror do esforço, principalmente do esforço prolongado. Nossa passividade, nossa leviandade, nossa dissipação, são outros tantos nomes para designar esse fundo universal preguiça que é para a natureza o que é peso para a matéria”.

Concurseiro, na SEGUNDA PARTE desse artigo sobre preguiça, trago algumas dicas práticas de como vencer a preguiça no estudo.

Por ora, foque nisso: fortaleça a sua vontade.

Todas as grandes realizações foram feitas a partir de um “querer” verdadeiro.

Queira esforça-se mais, queira estudar de verdade, queira vencer a preguiça no estudo, e comece hoje mesmo a enxergar de forma diferente as tantas “desculpas” que aparecem no seu cotidiano. Ressignifique-as: veja cada uma delas como uma oportunidade para se empenhar mais.

Por fim, internalize que a circunstância ideal não chegará depois: ela já está acontecendo agora. Instale-se nela, abra o seu material e persista: acredite, como eu acreditei, que logo ali, a aprovação chegará.

Até a próxima!

Bons estudos!

Para conferir um pouco da minha trajetória de estudos, assista: https://www.youtube.com/watch?v=AlE9ZdKuAhg

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Veja os comentários
  • É verdade, Bruno! Por isso, na parte II trago várias dicas para auxiliar vocês a deixarem a procrastinação. Obrigada pelo comentário, bons estudos!
    Nathália Reyes em 12/02/20 às 21:20
  • Nathália, na verdade, todos nós sabemos o que deve ser feito, mas a começar por mim, procrastinamos, prorrogamos, entre outras historinhas que contamos para nós mesmos. Obrigado por cada uma das orientações. Sucesso e que Deus abençoe você.
    Bruno Lacerda em 12/02/20 às 19:42
  • Parabéns amei o seu artigo.
    Jacimara Ribeiro em 05/02/20 às 21:00