Concurso CGM SP – Comentários às questões de Economia da Vunesp
Olá pessoal,
Neste artigo, vamos comentar as questões de Economia do concurso da CGM SP, banca Vunesp.
A prova não foi fácil, nem difícil. Teve umas 02 questões difíceis, umas 02 confusas (propusemos recursos), umas 02 fáceis e o resto foi de nível mediano. Ou seja, quem estudou a matéria “pra valer” deve ter tirado no mínimo uns 70%.
Eu propus 02 recursos nas questões 57 e 59.
Vamos aos comentários:
51. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – Um indivíduo resolve abrir uma pequena empresa, para isso, demite-se do trabalho no qual ganhava um salário de R$ 2.000,00 e utiliza um imóvel que já possuía e pelo qual recebia um aluguel de R$ 1.000,00. No primeiro ano de funcionamento da empresa, obteve receitas de R$ 40.000,00 e os custos totalizaram R$ 10.000,00. Diante dessas informações e desconsiderando o 13o salário, ele obteve, nesse primeiro ano, um
(A) lucro econômico de R$ 6.000,00.
(B) prejuízo econômico de R$ 12.000,00.
(C) prejuízo econômico de R$ 6.000,00.
(D) lucro econômico de R$ 18.000,00.
(E) lucro econômico de R$ 30.000,00
Comentários:
Esta questão trata do conceito de custo oportunidade, visto em nossa aula 04 do curso de Economia.
O custo de oportunidade de se demitir vale R$ 24.000 (12 X R$ 2.000,00). O custo de oportunidade do aluguel do imóvel vale R$ 12.000. Portanto, o custo de oportunidade total vale R$ 36.000.
A questão menciona a existência de custos explícitos de R$ 10.000,00.
Portanto, o custo total foi de R$ 46.000,00. Se a receita foi de apenas R$ 40.000, então, tivemos um prejuízo econômico de R$ 6.000,00.
Boa questão para começar a prova de Economia!
Gabarito: C
52. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – Num mercado em concorrência perfeita, a demanda de um bem é dada por Qd = 100 – 10p e sua oferta é dada por Qs = 30p – 20. O aumento do preço, em reais, quando se institui uma alíquota de 80% (por fora) no preço do bem vendido ao consumidor é de
(A) R$ 2,40.
(B) R$ 1,50.
(C) R$ 2,00.
(D) R$ 0,00.
(E) R$ 0,80.
Comentários:
Questão dificílima! É uma questão mais relacionada com o assunto “Tributação” (não presente no edital) do que com o assunto Concorrência Perfeita. No entanto, não creio que teria sucesso um recurso argumentando que o assunto não está no edital.
Alguns livros de Economia colocam essa questão matemática da Tributação nos capítulos de Equilíbrio do Mercado (VARIAN, por exemplo) ou no capítulo de Concorrência Perfeita (PINDYCK e RUBINFELD, por exemplo). Por questões didáticas e até seguindo outros editais, só abordamos o tópico quando o edital traz referência explícita ao tema “tributação”. Por isso, em nosso curso, não ministramos aulas sobre o assunto.
E a verdade é que, mesmo que você já tenha estudado o tema (Tributação), ainda assim, seria difícil desenvolver a questão. É extremamente raro (muito mesmo) alguma banca de concurso cobrar a incidência de um imposto ad valorem por fora. Mais de 99% das questões de concurso (não é exagero!) cobram apenas a incidência do imposto específico.
Bem, vejamos a resolução:
Primeiro, vejamos o preço do bem quando não há imposto:
(1) ANTES DO IMPOSTO
Qd = Qs
100 – 10p = 30p – 20
40p = 120
p = 3
A partir daqui, vamos inserir a alíquota de 80% por fora. Nós fazemos isso substituindo a variável “p” na equação da oferta pela variável “p/(1+80%)” ou “p/1,8”. Assim, a nova oferta depois do imposto (Qs’) fica:
Qs’ = 30p/1,8 – 20
(2) DEPOIS DO IMPOSTO
Qd = Qs’
100 – 10p = 30p/1,8 – 20
216 = 48p
p’ = 4,5
Desta forma, como o preço vai de R$ 3,00 para R$ 4,50, temos um aumento de preço de R$ 1,50.
Gabarito: B
53. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – Se o custo marginal é constante,
(A) o custo fixo é zero.
(B) o custo fixo médio também é constante.
(C) o custo médio também é constante.
(D) o custo variável médio também é constante.
(E) a curva de custo variável médio terá forma de U.
Comentários:
Outra questão difícil!
O custo marginal pode ser entendido como o acréscimo de custo à medida que se produz mais.
Cmg = deltaCT / deltaQ
Mas também pode ser definido como o acréscimo de custo variável à medida que se produz mais. Assim, também pode ser:
Cmg = deltaCV / deltaQ
Se o custo marginal (Cmg) é constante, isto significa que o acréscimo de custo variável (deltaCV) para cada unidade adicional produzida também é constante.
Então, se o acréscimo de custo variável é constante para cada unidade adicional produzida, isto significa que o custo variável de cada unidade é constante (e o custo variável de cada unidade é justamente o custo variável médio).
Abaixo, segue uma tabela, simulando valores de Custo Marginal igual a 10, custo fixo igual a 100 e o resto é preenchimento de acordo com os conceitos que você estudou:
Eu coloquei Custo Fixo igual a 100, e simulei custo marginal igual a 10 (constante). A partir daí, só preenchi os dados com o aumento de produção.
Você pode observar que, no caso de custo marginal constante, o custo variável médio também é constante (e os dois ainda são iguais).
A tabela também serve para você identificar de modo claro os erros das outras alternativas:
(A) O custo fixo não guarda relação com o custo marginal. Um custo marginal constante não significa que o custo fixo será zero.
(B) O custo fixo médio é SEMPRE decrescente, por definição (CFme = CF/Q). Se Q aumenta enquanto CF é constante, então, CFme será SEMPRE decrescente.
(C) Conforme tabela, observamos que não.
(D) Correta.
(E) Neste caso de custo marginal constante, a curva de custo variável médio será uma reta horizontal (já que será uma constante também).
Enfim, questão difícil!
Gabarito: D
54. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – Se, em um determinado ano, um país importa US$ 1 bilhão em bens, exporta US$ 1,5 bilhões, paga juros ao exterior no valor de US$ 200 milhões, seus turistas gastam US$ 100 milhões no exterior e recebe investimentos externos no valor de US$ 200 milhões. Seu saldo em transações concorrentes, nesse ano, será igual a
(A) US$ 500 milhões.
(B) US$ 100 milhões.
(C) US$ 400 milhões.
(D) US$ 200 milhões.
(E) zero.
Comentários:
Agora, uma questão fácil, de acerto obrigatório!
Vejamos:
TC = -1.000 + 1.500 – 200 – 100
TC = +200
Observe que os investimentos externos de US$ 200 milhões não entram no cálculo, pois não fazem parte do Balanço de Transações Correntes, mas sim da Conta Financeira.
Gabarito: D
55. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – Se o governo aumenta seus gastos, o Banco Central, no sentido de estabilizar a renda, deve
(A) diminuir o nível de reservas compulsórias, reduzindo a taxa de juros.
(B) vender títulos no mercado aberto, reduzindo a taxa de juros.
(C) vender títulos no mercado aberto, aumentando a taxa de juros.
(D) aumentar o nível de reservas compulsórias, reduzindo a taxa de juros.
(E) comprar títulos no mercado aberto, reduzindo a taxa de juros.
Comentários:
O enunciado diz que o governo está aumentando gastos, o que significa política fiscal expansiva.
Assim, a estabilização da renda de que trata o enunciado significa que o governo adotar alguma medida de política restritiva, para contrabalancear a medida expansiva de aumento de gastos.
Analisando as alternativas, vemos que todas elas mostram política monetária. Desta forma, temos que marcar aquela que nos mostra uma medida de política monetária restritiva.
Com isso, ficamos nas alternativas (B), (C) e (D).
A letra (B) está errada, pois a venda de títulos no mercado aberto aumenta os juros (política monetária restritiva aumenta os juros).
A letra (D) está errada, pois o aumento das reservas compulsórias – que deixa menos dinheiro disponível no sistema bancário – aumenta os juros.
A letra (C) está certa. É a única que sobrou.
Gabarito: C
56. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – Em uma determinada economia, o total de moedas em poder do público é 1 bilhão de reais, há 2 bilhões de reais em depósitos à vista e 500 milhões de reais em depósitos a prazo, como CDBs. A partir disso, conclui-se corretamente que
(A) o M1 é 3 bilhões de reais.
(B) a base monetária é 1 bilhão de reais.
(C) o M2 é 500 milhões de reais.
(D) o multiplicador bancário é 3.
(E) o M1 é 3,5 bilhões de reais.
Comentários:
Segundo o enunciado, temos:
PMPP = 1000 milhões (1 bilhão)
DV = 2000
M1 = PMPP + DV
Portanto:
M1 = 3000 (gabarito letra A)
CDBs = 500
Portanto:
M2 = 3500 (lembre-se de que o M2 inclui o M1)
Gabarito: A
57. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – A Curva de Phillips relaciona a inflação ao desemprego. Através dela, descobre-se que é possível manter um nível de desemprego baixo se for praticada uma taxa de inflação alta. Essa afirmação está
(A) correta, mas o custo político de manter uma inflação alta inviabiliza essa política.
(B) correta, mas na prática o efeito social disso se anularia, porque os salários reais diminuiriam muito com a inflação alta.
(C) errada, porque a Curva de Phillips foi elaborada originalmente na Inglaterra, não se aplicando ao caso brasileiro.
(D) errada, porque uma inflação mais alta desvalorizaria o câmbio, aumentando o desemprego.
(E) errada, porque os agentes se ajustariam a um nível de inflação constantemente alto, o desemprego só diminuiria temporariamente, quando houvesse um aumento inesperado da inflação.
Comentários:
Questão mal formulada, na minha opinião.
O conceito central da Curva de Phillips é exatamente o que nos diz o enunciado: baixo desemprego está relacionado com alta inflação.
Ao mesmo tempo, existe um custo político de se ter alta inflação. Desta forma, estaria correta a letra A.
No entanto, se considerarmos o longo prazo, a alternativa correta é a letra E.
Portanto, o enunciado deveria ter contextualizado o referencial a ser adotado: curto ou longo prazo.
No curto prazo, a correta é a letra A. No longo prazo, a correta é a letra E. Portanto, cabe recurso:
Sugiro o seguinte recurso:
RECURSO:
O enunciado da questão não contextualizou o candidato acerta do prazo a se considerar: curto ou longo prazo, nem a versão da curva que deveria ser considerada (com ou sem expectativas).
Dependendo do contexto a ser utilizado na curva de Phillips, existe ou não trade-off entre inflação e desemprego. No curto prazo, existe o trade-off e, assim, estaria correta a letra (A). No longo prazo ou na versão com expectativas racionais, entretanto, não haveria trade-off, necessariamente, estando correta, neste caso, a letra (E).
Mas observe que, como o enunciado não fez a diferenciação do contexto a considerar, o candidato que sabia o conteúdo não poderia ter certeza quanto ao resultado pretendido pela banca examinadora.
Em um contexto de curto prazo, a letra (A) estaria correta. Em uma análise da versão mais básica da curva de Phillips, em curto prazo, a letra poderia estar correta.
Segundo VASCONCELLOS E LOPES (Manual de Macroeconomia, equipe de professores da FEA-USP, 3ª edição, página 295):
“Se se pretende diminuir o desemprego, disso resultará mais inflação e vice-versa. Essa curva estabelece o trade-off entre essas duas variáveis, e traz uma importante mensagem: o combate à inflação exige ampliação do desemprego ou, como definiremos à frente, impõe-se uma taxa de sacrifício para a sociedade.”
Segundo MANKIW (Macroeconomia, 7ª edição, página 299):
“Esse perde-ganha entre inflação e desemprego, conhecido como curva de Phillips, é o nosso assunto para esta seção. Conforme já verificamos (e derivaremos de maneira mais formal a seguir), a curva de Phillips representa um reflexo da curva de oferta agregada de curto prazo: à medida que os formuladores de política econômica movimentam a economia ao longo da curva de oferta agregada de curto prazo, desemprego e inflação se movimentam em direções opostas.”
Na verdade, não queremos aqui contestar o gabarito oficial do examinador, que é correto, considerando a versão da curva com expectativas racionais. Gostaríamos apenas demonstrar que, sem o contexto de qual versão da curva de Phillips considerar, seria impossível para o candidato determinar com certeza qual seria o gabarito correto.
Por isso, pedimos ao examinador a anulação da questão, tendo em vista não ser possível determinar a resposta correta sem a correta contextualização da versão da curva de Phillips a ser considerada.
Inclusive, em outras oportunidades em que a banca Vunesp cobrou o mesmo assunto, sempre foi praxe do examinador deixar de modo expresso qual a versão da curva de Phillips a ser utilizada, conforme demonstrado abaixo em concursos anteriores:
(VUNESP – Economista – CODESP – 2011) – No que diz respeito à Curva de Phillips com expectativas racionais, pode-se afirmar que:
(A) a taxa de desemprego pode ficar abaixo da taxa natural se a taxa de inflação for positiva.
(B) a taxa de desemprego pode ficar abaixo da taxa natural se a taxa de inflação for positiva apenas no curto prazo.
(C) no longo prazo, uma inflação negativa (deflação) levará a uma queda na taxa de desemprego.
(D) no curto prazo, um aumento inesperado da taxa de inflação não tem efeito sobre o desemprego.
(E) a taxa natural de desemprego não pode ser alterada ao longo do tempo.
(Vunesp – Analista Economia – CeageSP – 2010) Se os preços e os salários forem flexíveis, a curva de Phillips com expectativas racionais será:
(A) positivamente inclinada.
(B) horizontal.
(C) vertical.
(D) negativamente inclinada.
(E) assintoticamente tendendo a zero.
(Vunesp – Especialista Economia – Porto de Santos – 2011) 43. No que diz respeito à Curva de Phillips com expectativas racionais, pode-se afirmar que:
(A) a taxa de desemprego pode ficar abaixo da taxa natural se a taxa de inflação for positiva.
(B) a taxa de desemprego pode ficar abaixo da taxa natural se a taxa de inflação for positiva apenas no curto prazo.
(C) no longo prazo, uma inflação negativa (deflação) levará a uma queda na taxa de desemprego.
(D) no curto prazo, um aumento inesperado da taxa de inflação não tem efeito sobre o desemprego.
(E) a taxa natural de desemprego não pode ser alterada ao longo do tempo.
Sendo assim, não havendo especificação da versão da curva de Phillips, pedimos respeitosamente a anulação da questão, uma vez que havia outra alternativa com uma resposta correta caso fosse considerada outra versão da curva (que não foi especificada no enunciado).
Gabarito: E (pedimos anulação)
58. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – Considere um governo deficitário que tenha uma dívida de R$ 1 bilhão, pela qual paga uma taxa de juros. Suponha que a taxa de inflação aumente e o governo decida aumentar a taxa de juros nominal de modo que a taxa de juros real não se altere. Pode-se dizer que, na situação descrita, os deficit primário, operacional e nominal, respectivamente,
(A) aumenta, aumenta e aumenta.
(B) aumenta, não se altera e aumenta.
(C) não se altera, não se altera e aumenta.
(D) não se altera, aumenta e não se altera.
(E) não se altera, aumenta e aumenta.
Comentários:
Boa questão! Para resolvê-la, devemos saber o seguinte:
Déficit nominal = déficit primário + juros nominais
Déficit operacional = déficit primário + juros reais
O enunciado diz que apenas os juros nominais aumentaram (os juros reais não tiveram alteração). Desta forma, os déficits primário e operacional não se alteram. Apenas o déficit nominal é aumentado.
Gabarito: C
59. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – O Plano Real, instituído no governo Itamar Franco,
(A) instituiu o congelamento de preços.
(B) instituiu a paridade de 1 real para 1 dólar.
(C) criou o Real, a nova moeda, que valia 1000 Cruzeiros Reais.
(D) foi viabilizado, entre outros fatores, pela criação do Fundo Social de Emergência.
(E) tinha como objetivo melhorar a distribuição de renda.
Comentários:
Essa questão aqui é problemática, pois ela comporta muitas alternativas corretas, a depender da “opinião” de cada um.
Por exemplo, eu acho que que o Plano Real tinha o objetiva de melhorar a distribuição de renda, pois o combate à inflação, sem dúvida, melhora distribuição de renda, já que a inflação aumenta a desigualdade de renda.
No entanto, em uma questão como essa, temos que marcar o que está oficialmente registrado. Sei, sei … parece um pouco vago. Mas, no meu exemplo acima, eu não poderia marcar a letra (E), pois é minha opinião, enquanto existe outra alternativa com uma “coisa” oficialmente registrada.
No caso, o Fundo Social de Emergência (FSE) foi um dos fatores que viabilizou o Plano Real (outros foram a criação da IPMF – depois, virou CPMF -, criação do PAI – Programa de Ação Imediata -, aperfeiçoamento do programa de privatizações, etc).
Desta forma, a alternativa correta é a letra D.
Vejamos os erros das outras alternativas:
(A) Não houve congelamento.
(B) No início, tivemos US$ 1,00 = R$ 1,00, mas não houve estabelecimento dessa paridade de forma obrigatória (o câmbio flutuava perto dessa taxa, mas isso não significa que foi estabelecido que o dólar deveria valer R$ 1,00 e ponto final).
(C) 01 real valia CR$ 2.750,00.
(E) Isto não estava claramente expresso em documentos oficiais (é algo que se baseia em opinião, mas não em documentos oficiais).
De qualquer forma, podemos propor um recurso (tentar não custa, né?!):
RECURSO:
Um dos objetivos do Plano Real era, indiretamente, melhorar a distribuição de renda.
Conforme sabemos, um dos malefícios da inflação é piora na distribuição de renda da população. E isto estava na Exposição de Motivos da Medida Provisória do Plano Real, de 30/06/94 (E.M. Interministerial Nº 205/MF/SEPLAN/MJ/MTb/MPS/MS/SAF).
A questão da inflação e da distribuição de renda aparece nos itens 27 e 29, abaixo:
27. Nosso País está mergulhado há muitos anos numa crise econômica crônica cuja raiz é fiscal, mas cuja expressão mais perversa é a inflação. Temos hoje consciência clara de que a inflação crônica é o maior obstáculo para que o Brasil volte a crescer de forma sustentada e possa finalmente começar a saldar a imensa dívida social que acumulou para com seu povo ao longo de décadas de desenvolvimento excludente e inflação alta, marcado por uma das mais brutais concentrações de renda de que se tem notícia no mundo contemporâneo.
29. A inflação que experimentamos há vários anos, bem sabe Vossa Excelência, é o mais injusto e cruel dos impostos. Ela penaliza mais pesadamente os mais pobres, os assalariados, os aposentados, os que não tem como se proteger da corrida dos preços e assistem impotentes à corrosão da sua renda ou das economias de toda uma vida.
Observe, portanto, que a melhoria da distribuição de renda era um objetivo do Plano Real, uma vez que o controle da inflação faria diminuir os efeitos maléficos desta sobre a distribuição de renda.
Assim, pedimos respeitosamente a anulação da questão, tendo em vista haver 02 alternativas corretas.
Gabarito: D
60. (Vunesp – Auditor de Controle Interno – CGM SP – 2015) – A desvalorização cambial observada nos últimos meses está mais provavelmente relacionada
(A) ao aumento do preço do petróleo no mercado internacional.
(B) à queda dos preços das commodities no mercado internacional.
(C) à dívida externa.
(D) à corrupção.
(E) à ameaça de impeachment da Presidente da República.
Comentários:
Bom .. para mim, excetuando-se as alternativa (E) e (A), todas as outras estão corretas. A alternativa (A) está errada pois o preço do petróleo diminuiu no mercado internacional. A letra (E) está errada, pois o impeachment, com certeza, faria chover investimentos externos no Brasil.
Mas, da mesma forma que eu comentei na questão 59, vale o que está oficialmente registrado, e não o que é opinião. Neste caso, o gabarito só pode ser a letra (B), que é um fato irrefutável do mundo real e que tem como consequência a desvalorização cambial. Assim, é a melhor alternativa para marcarmos, sem sombra de dúvidas.
O Brasil é exportador de commodities. Logo, a queda do seu preço no mercado internacional faz com que o país receba menos dólares. Como o dólar se torna um bem mais escasso, ele aumenta de valor. Assim, o dólar fica mais caro e o Real é desvalorizado.
Gabarito: B
….
Então é isso, pessoal! Espero que dê tudo certo para vocês ;-)
Abraços,
Heber Carvalho